De volta à minha vida (Metrópoles #4)

18

SOFIA

Saltos. Eu odeio saltos.

Fico maravilhosa neles? Com certeza. Mas eu odeio.

Só que desde que não consegui sair mais cedo do trabalho tive que vir a festa na escola da Mary usando um par desses. Agora estou me apoiando no braço do meu irmão enquanto ando.

— Por que não levou um par para trocar esse instrumento de tortura? — Sebas me pergunta.

Estou prestes a respondê-lo, mas meu celular vibra e eu olho a tela para encontrar uma mensagem do Lucas avisando que está estacionando.

— Lucas está quase aqui. — Aviso ao meu irmão que me olha desconfiado.

— E por que avisar a você e não a mim? Sofia, por favor...

É óbvio que meu irmão desconfia que algo aconteceu, mas ele não vai ouvir nada de mim. — É o Lucas, independente de qualquer coisa nossa cumplicidade sempre foi forte. Me desculpa se eu roubei seu amigo.

Ele tem algo mais a dizer, mas Mary vem correndo dizendo que a mãe dela o está chamando. Salva por uma criança.

Enquanto meu irmão se junta a sua família eu círculo pela festa de fim de verão, embora o verão só acabe de verdade daqui há dez dias.

Uma bola cai perto de mim e eu me abaixo para pegar.

— É sua? — Pergunto a um garotinho que parece mais novo que Mary vindo em minha direção. A mãe dele está logo atrás.

— Sim. Meu pai comprou pra mim. — O menino diz. — Você me dá?

Estico a mão entregando a bola a ele. Ele tem bochechas fofas e um grande sorriso.

— Vai lá brincar. Cuidado para não perder a bola.

— Obrigado. — Ele sai correndo.

Ainda estou o olhando ir quando sinto meus pés doerem, malditos saltos. É realmente um esforço para me levantar agora.

Mas uma mão surge ao meu lado para me apoiar. — Você odeia saltos.

Coloco minha mão na dele para me levantar.

— E ama crianças. — Lucas complementa. — Vai ser ótima com as suas.

Me ajeito de pé passando a mão pela calça e o olho. Não tenho que fazer nenhum comentário sobre a frase dele, mas...

— Ian e eu não vamos ter filhos. — Digo mesmo sabendo que ele não está querendo saber do meu relacionamento com Ian.

— Por que não?

O interesse dele me pega desprevinida, mas não consigo ser nada menos que honesta com ele sobre isso.

— Ian não quer filhos, acha que eles atrapalham. E eu acho que não seria um bom pai, então não colocaria uma criança no mundo para ter um pai que não a amasse. — Me explico para ele.

Lucas move sua mão ainda junto a minha e faz carinho na minha palma, depois chega um passo mais próximo.

— Então tenha com o pai certo. Deixa esse cara.

Não é a primeira vez que ele me diz isso.  Desde que acordamos dois dias atrás ele continua dizendo para eu largar Ian e ficar com ele.

E, apesar do que Lucas fez anos atrás, eu largaria, se eu pudesse, mas não posso.

— Luc...

— Sofh! — Uma criança que não é Mary me grita.

Olho puxando minha mão da mão do Lucas e então avisto Shailene parecendo uma influencer de moda. Ela é realmente filha do Kurt.