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LUKE

— Achei que ia para uma festa.

Matthew está pronto para jantar com Gwen e os pais dela essa noite.

— E vou, eu acho, mas essas coisas começam tarde. Provavelmente você vai jantar e voltar e ainda não terei saído.

Afinal, quem começa uma festa antes das oito da noite?

— Certo, mas se sair antes feche a casa. Juro, se eu chegar e estiver aberta eu vou te expulsar.

Talvez eu seja um pouco esquecido, ou apressado, ou desatento. Chame como quiser. Eu posso trancar um carro com a chave dentro ou esquecer as portas da casa aberta, não tenho controle sobre isso.

— Okay, pai.

Ele acena e me deixa. Gwen o mataria se ele se atrasasse.

Sei que a festa é só mais tarde, mas eu deveria estar me aquecendo, bebendo um pouco, ir tomar banho e escolher a roupa, além de um tênis da minha coleção gigante. Ao invés disso pego um pacote de salgadinhos e me jogo no sofá.

Zapeio os canais para ver o que está passando, embora meu objetivo claro seja os canais de esportes. Há um filme em um dos canais que me faz parar, é um dos favoritos de Sofia.

Pego meu celular e acho que é uma boa hora para testar aquilo de amigos. Nem em mil anos achei que ela aceitaria uma amizade comigo, mas ela foi rápida quanto a isso. O que me leva a pensar que Sebastian exagerou um pouco, a irmã dele está bem e não sofreria comigo sendo muito próximo.

Ela está ótima.

Tiro uma foto da televisão e mando para Sofia.

Você costumava
amar esse

A resposta demora a vir, e eu não troco de canal, continuo vendo a história triste da menina que está inconsciente no hospital e revisitando suas lembranças com a família, amigos e com o namorado.

É um filme de drama feito claramente para o sofrimento de adolescentes emotivos.

Finalmente depois de alguns minutos o celular vibra.

Me deixa surpresa
você se lembrar de
um dos meus filmes
preferidos

Por que surpresa? Eu não era um namorado ruim, eu prestava atenção aos detalhes.

Aperto para a chamar e levo o celular para minha orelha.

— Precisava ligar? — Ela soa preguiçosa. — Eu estava quase dormindo até minutos atrás.

— Ainda não são nem nove da noite.

Ela resmunga algo que não consigo entender. — Ainda está vendo o filme? Acabei de colocar, mas já está no meio.

— Sim, ainda vendo. — Respondo a ela. — Por que ficou surpresa por eu me lembrar?

Não é como se nós tivéssemos terminado e automaticamente todas as memórias fossem apagadas. Eu talvez tenha apagado evidências físicas da nossa relação, mas lembranças estão além do nosso controle.

— Primeiro, porque não parecia importante. — Ela faz uma pausa que me faz pensar se está prestando atenção no filme. — Eu amo essa cena deles tocando juntos com a família e amigos. É como um desses momentos genuínos de felicidade, como se talvez fosse melhor que o mundo acabasse ali naquele instante do que viver mais e passar por coisas ruins.

De volta à minha vida (Metrópoles #4)Where stories live. Discover now