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SOFIA

5 anos e 10 meses antes

— Admite que tava com ciúmes.

— Só é absurdo, a vendedora tinha com certeza mais de vinte e um anos e você tem dezesseis, e ainda assim ela estava dando em cima de você. Na minha frente.

Se eu tivesse ficado mais cinco minutos naquela loja com ele teria gritado para aquela mulher ter bom senso.

É bom que viemos em outra agora. Não tem nenhuma vendedora respirando em cima dele enquanto prova as roupas.

— O que acha? A camisa azul ou a preta?

Ele ainda não vestiu nenhuma, está segurando ambas na mão enquanto olha para mim já sem camisa e esperando uma resposta. Aponto a preta.

— Sabe que eu não tenho nenhum senso de moda ou de estilo, certo?

Ele já fechou o provador e eu sigo encostada na parede o esperando.

— Mas você é minha namorada, se disser que eu fico bonito de camisa preta eu vou acreditar.

Sim, minha opinião importa e ele sempre faz questão de deixar isso claro. A porta se abre quando ele termina de vestir e então me aproximo ajeitando a gola.

— Bom?

— Muito bom. — Eu opino dando mais uma olhada e seguro o pescoço dele. — Para de ser lindo.

Uma das mãos dele puxa minha cintura e a outra puxa a porta do provador a fechando. — Lucas...

Ele ignora meu resmungo e me encosta contra o espelho. — A única que precisa parar de ser linda é você. Eu te beijaria o dia todo se pudesse.

A maneira como ele me olha depois que diz isso me faz acreditar que ele está falando sério. Inclusive é o que faz agora, ele me beija e pressiona o corpo contra o meu.

Desde que nós tivemos nossa primeira vez qualquer mínimo contato me faz quase perder o controle.

— Meus pais vão sair hoje a noite, podemos ir lá pra casa.

Os pais que parecem não simpatizar muito comigo desde que nos conhecemos há dois meses. Imagina se souberem que eu fui para casa deles para transar enquanto não estão, seria péssimo. Além disso tem meus pais, eles estão mais controladores do que nunca, mesmo quando se trata do Lucas.

— Tenho que ir para casa. Meus pais não vão gostar se eu chegar tarde. — Mesmo que eu esteja recusando uma transa ainda estamos colados dentro do provador. — Sinto muito.

— Certo. — A testa dele encosta na minha. — Um dia você será uma mulher independente e vamos poder fazer tudo que quisermos juntos.

— Vai mesmo estar do meu lado quando isso acontecer?

— Claro que sim. Vai ter que me aguentar sempre por perto.

Inclino meu rosto para o beijar outra vez, mas um barulho do lado de fora do provador me assusta e eu o empurro devagar me apressando em sair de dentro dele.

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Dias atuais

— Tenta a verde musgo e a calça clara, a camisa vai contrastar com a sua pele. — Lucas me olha como se não confiasse em mim. — Acredite em mim, embora particularmente eu ame roupas duvidosas, eu estudei jornalismo de moda e trabalho numa revista de moda. Me dê algum crédito.

De volta à minha vida (Metrópoles #4)Where stories live. Discover now