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SOFIA

2 anos e 3 meses antes

É mais um desses eventos que eu consigo trabalhar aos fins de semana para ganhar mais algum dinheiro. Mas meu pensamento está em Henderson.

De madrugada pego um ônibus para ir até lá já que meu segundo ano da faculdade terminou. Estou louca para ver Mary.

A parte boa é que no próximo mês Jess e Sebastian se mudam para Los Angeles que é mais perto de San Francisco do que Henderson e talvez eu consiga ir vê-los mais vezes. Também vou até lá com eles para ajudar com a mudança e ficar até o fim das férias.

— Leve essas taças, circule pelo salão. — Alguém me manda colocando uma bandeja com pelo menos dez taças em minha mão.

Eu assinto e me viro indo em direção ao salão principal. Não tenho certeza sobre o que é o evento acontecendo, o lançamento de algum empreendimento, eu acho.

Passo pelas pessoas para que peguem bebidas e recolho as taças vazias no processo. Tento conter todos os bocejos vindo para não demonstrar meu cansaço.

Há uma mulher gesticulando bastante durante uma conversa e eu desvio dela, ou tento, mas ela se move de novo sem ver quem está passando por perto e é aí que ela acerta a mão na bandeja.

Tento a segurar, mas é tarde demais, e o barulho das taças se quebrando chega logo em seguida.

Lá se foi o dinheiro que eu ganharia essa noite.

— Você não olha para onde anda? — A mulher grita comigo. — Eu poderia ter me machucado.

Eu não olho para onde ando? Era ela quem estava achando que todo espaço do salão pertencia a ela. Penso em dizer isso em voz alta, mas me controlo e ao invés disso me abaixo para recolher os cacos.

— Não se fazem mais funcionários que prestem. — Ouço alguém falar.

Outra garçonete está correndo ao meu lado com um pano, mas mais alguém se abaixa.

— Você vai se cortar. — Diante da voz masculina eu ergo meu olhar.

Passo pelo terno azul escuro com corte impecável, a gravata combinando e chego a barba escura e depois olhos escuros me encarando. Eu não me surpreendo ao descobrir que ele é bonito.

— Obrigada por se preocupar, mas eu já fiz isso antes. Você não precisa fazer isso. — Forço um sorriso.

Não porque não quero sorrir, mas porque estou trabalhando e não preciso de alguém atraindo mais atenção.

— Só porque já fez antes não significa que alguém não possa se importar. — Ele insiste e então olha para trás. — Traga uma vassoura, pá, não deixe ninguém colocar a mão nisso.

— Obrigada, de novo.

Dessa vez eu me permito sorrir.

— Qual o seu nome?

— Sofia.

Ele assente. — Bonito nome. Eu sou o Ian, muito prazer.

A mão dele se estica mesmo que a minha esteja cheia de líquido derramado das taças.

Nossas mãos se tocam e eu decido que ele parece um cara bom.

Ele realmente parece.

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De volta à minha vida (Metrópoles #4)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora