26

950 71 21
                                    

SOFIA

- O que você quer que eu faça? Sebas ficou quatro anos longe do amigo, eu não vou pedir para ele o proibir de ir a casa dele.

Estou praticamente chutando os saltos fora dos meus pés quando entro no apartamento ouvindo Ian reclamar da presença do Lucas no churrasco.

- Então vai ser assim agora? Ele sempre vai estar junto com a sua família?

- Não! Eu provavelmente só vou ver Lucas em datas especiais como aniversários ou em coisas da escola da Mary. Apenas isso. - Estou me esforçando para não começar a gritar, sinto que estou chegando no meu limite nas últimas semanas.

Ian tira o blazer e me olha prestes a dizer algo que sei que não vou gostar, eu conheço a expressão que ele tem em seu rosto.

- Então você vai deixar de ir nessas datas. Assunto encerrado.

Assunto encerrado? Só nos sonhos dele.

- Não, não, não. - Caminho até ele. - Você pode me fazer usar as roupas que você gosta, ir aos eventos que você quer, pode até me fazer casar com você, mas não pode me afastar da família. Eu tenho a porra de um contrato assinado com você e eu vou cumpri-lo, mas isso não está incluso nele.

- Olha a boca Sofia.

Isso é tudo que ele tem a dizer sobre eu ir contra o que ele quer? Para tomar cuidado com o que sai da minha boca?

- Foda-se Ian. - Eu insisto. - Eu não vou parar de ver minha família. Assunto encerrado.

Viro as minhas costas e abaixo para pegar os saltos do caminho. Sou pega desprevinida pela mão puxando meu pescoço para me levantar.

- Ian... - Eu só digo o nome dele esperando que ele me solte.

Ao invés disso ele me coloca de pé e seus lábios tocam minha orelha. - Já que lembrou do contrato é bom lembrar que há uma cláusula sobre traição. Seria triste ver sua divida dobrar, não seria? Eu só estou preocupado com sua situação financeira, coelhinha.

Eu o empurro como posso e me solto indo em direção ao quarto.

- Não precisa se preocupar querido, eu não sou burra de fazer isso. - Paro na entrada do quarto e olho para ele que está no início do corredor. - Mas até onde sei o contrato vale a partir do primeiro dia do nosso casamento, até lá a minha divida permanece a mesma. Eu posso até ter sexo de despedida com ele e você não vai poder fazer nada sobre isso.

Isso é provocar o demônio, eu sei, mas ver a raiva nos olhos dele por saber que eu posso fazer qualquer coisa até o casamento é prazeroso.

Vejo os pés dele se moverem e entro no quarto depressa o trancando por dentro.

- Abra a porta agora! - O primeiro murro na porta me faz sobressaltar.

Ele vai entrar, eventualmente ele vai entrar. Deve haver uma chave por aí ou ele pode arrombar.

Só tenho duas possibilidades, ele vai entrar na base da força e me machucar, ou vai se acalmar e interpretar o noivo bonzinho.

Não sei qual devo esperar.

- Sofia, abra a porra dessa porta!

- Olha a boca, Ian.

O repreendo como ele fez comigo na sala. Mais um soco na porta vem como resposta.

Tiro minha roupa depois que ouço o terceiro soco e vou para p banheiro. Se ele entrar vai precisar entrar aqui também depois em seguida.

Mesmo quando entro no banho ainda o escuto bater e xingar, mas quando desligo o chuveiro tudo parou. Abro a porta do banheiro devagar para me certificar que ele não está no quarto.

De volta à minha vida (Metrópoles #4)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora