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LUKE

— Mary não mexe em nada! — Jess grita. — Eu tenho certeza que qualquer coisa aqui custa pelo menos um ano de salário meu.

— Ela pode fazer o que quiser.

Jessica me olha feio por a desautorizar assim, mas é difícil, é a primeira vez de Mary na minha casa e eu faço tudo por essa menina.

— Não pode não. — Minha amiga diz enquanto a filha abre uma sacola de brinquedos sobre o sofá. — Sebastian já está chegando. Você vai ficar bem enquanto a Sofia não chega?

— Eu disse que posso cuidar da minha afilhada sozinha.

Óbvio que meus amigos não acreditam nisso. Mas eu queria que acreditassem porque assim Sofia e eu podíamos continuar a mantermos distância. Quando estamos próximos as coisas ficam confusas, ela parece mexer com as minhas certezas.

— Sinto muito querido, vocês precisam conviver. — Jessica dá um tapinha em meu ombro. — Enfim, Mary pode comer batata frita hoje. Sofia sabe cozinhar então espere por ela.

A buzina lá fora anuncia que Sebastian está aqui. Estou feliz de ajudá-los a ter umas horas fora como casal. Eles disseram que não faziam um programa há dois já faz um tempo.

Jess dá um beijo em Mary e mais uma vez me lembra de ligar se precisar de alguma coisa. Depois disso ela vai.

— Então, por enquanto somos nós dois pequena jogadora. O que trouxe para brincarmos?

Mary se levanta e puxa seu cabelo para trás o tirando da frente do rosto.

— Coisas de cozinha. E boliche. E meu laboratório de cientista. E jogo de tabuleiro. — Ela olha para os brinquedos pensando se esqueceu algo.

— Você não é muito nova para jogos de tabuleiro?

Ela suspira e faz uma expressão de impaciência que me lembra muito a mãe dela. — Meu pai disse que sou bem inteligente.

Ok. Se ele diz então está certo. Estou pronto para dizer a ela que talvez seja mais divertido ir para o quintal brincar de futebol americano quando meu celular toca.

Por um instante penso que é Jess me perguntando se tenho certeza que eles podem ir. Mas ao invés disso uma chamada de vídeo de Smith surge na tela. Não falo com ele há semanas.

— Só um minuto e nós já vamos brincar. Prometo. — Me comprometo com minha afilhada e depois atendo. — Porra Smith, você nunca vai aprender a usar roupas?

Ele está sem camisa em frente ao celular apoiado em algum lugar enquanto ele puxa a filha para o colo.

— Oi para você também. — Ele ignora minha reclamação. — Diz oi pra ele Nyla.

Um oi tímido saí dela. Deve ser uma das poucas palavras do vocabulário dela, afinal ela só tem um ano e seis meses.

— Ela anda muito agora? — Pergunto.

— Andar? Cara ela tá correndo o campo todo como um jogador de futebol americano. — Smith fala e olha para a bebê.

Ele deve estar muito feliz de a ter em Nova York depois que Rae também se formou e pode se juntar a ele.

— Só queria saber como estão suas expectativas para a temporada. Faltam alguns dias e sei que o nervosismo começa a pegar.

Shane Smith tem um coração enorme e nem todo mundo sabe disso, só quem já conviveu com ele.

— Sim, eu não vou passar muito tempo em campo nos primeiros meses, mas é, estou ansioso. — Admito a ele. — Por todas as razões possíveis. É o campeão do Super Bowl, e mesmo que não fosse, é um time grande, você sabe como é isso. É muito mais pressão que um time de universidade.

De volta à minha vida (Metrópoles #4)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora