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LUKE

— Sofia?

Ela está se recusando a acordar e eu preciso do endereço dela para deixá-la em casa. Minha outra alternativa é Sebastian.

Ativo o comando de voz e digo para fazer uma chamada para ele. Uma que não é atentida.

Nós acabamos de sair de lá, é possível que ele já tenha dormido? Ou talvez só esteja ocupado com Jess. Dizem que pais precisam aproveitar o tempo que as crianças dormem.

Ok, vou ter que ir para minha outra alternativa.

Dirijo até Malibu, e quando entro com o carro na garagem as luzes da casa estão apagadas. Talvez Matthew já esteja dormindo ou então foi para o apartamento da Gwen.

Entro na garagem e depois desço indo até a porta do passageiro. Eu acho que Sofia vai acordar e me dizer para a levar embora, mas ela continua apagada quando a carrego para dentro. Ela misturou muita tequila e cerveja.

A casa tem um quarto de hóspedes, mas não tem lençóis na cama ou travesseiros, porque nunca pensamos em hospedar alguém. Portanto, a levo até meu quarto e a coloco na cama.

Ela se vira um pouco de lado resmungando. O cabelo preso me dá uma visão da nuca dela, ou melhor, da flecha tatuada que desce por seu pescoço. Meu polegar se move por cima do desenho.

Foi feita no aniversário dela de dezoito anos, nós dois fizemos tatuagens naquela noite. Tatuagens que juntas significavam algo.

Ela manteve a dela, mas eu não fiz o mesmo. A verdade é que tentei ao máximo apagar Sofia nos últimos quatro anos, não conseguiria lutar pelos meus sonhos enquanto deixasse meu amor por ela no controle. Então eu enterrei isso.

Todas as vezes que eu entrava em campo pensava que foi a escolha certa. Costumava parecer que tinha valido a pena arriscar o meio para chegar a um fim.

Tiro os tênis dela e a observo alguns instantes. É bom que ela esteja usando um conjunto de moletom, embora eu ache que um top, cropped ou o que seja, de moletom, não seria a primeira opção de roupa de dormir.

Depois que a acomodo pego dois travesseiros, e vou para a sala tirando a camiseta e me jogo no sofá.

É nele que acordo na manhã seguinte. Acho que ainda é cedo, mas não tenho certeza de onde deixei meu celular. Ao invés disso recorro a outra tecnologia bem ali em minha frente na sala.

— Alexa, que horas são agora?

— São sete e dezoito.

Como eu disse, cedo demais para um domingo, mas não vou conseguir dormir mais então volto ao meu quarto tentando não fazer barulho quando entro. Sofia está dormindo abraçando um travesseiro contra o rosto.

A mesma Sofia de sempre. Sempre pensei que ela pudesse sufocar a qualquer momento.

Passo para o banheiro abrindo a porta devagar e então entro a encostando outra vez. Só preciso de uma ducha rápida pra acordar de vez.

Não demoro mais do que dez minutos. Puxo minha toalha que por um milagre está pendurada ali, normalmente eu a esqueço jogada sobre a cama. A passo sobre meu cabelo molhado e estou dando uma olhada no espelho pensando que preciso o cortar quando a porta se abre.

— Ah... — É a única coisa que Sofia diz.

Ao invés de me virar de costas meu reflexo idiota é me virar para a porta.

— Lucas! — Ela grita, mas também não reage, ao invés disso os olhos dela se abaixam pelo meu corpo nu até olhar em direção ao meu pau.

E ela realmente olha. Ele nem está duro, mas talvez ela goste da visão já que sempre dizia que gostava dele.

De volta à minha vida (Metrópoles #4)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora