02: um milagre

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O dia de Mark Tomlinson começou como todos os outros. Ele acordou, nadou durante alguns minutos na piscina que ficava em sua casa e depois voltou para o quarto a fim de se arrumar para o trabalho.

Tomou café com sua esposa, Jay, e seus dois filhos, Louis e Charlotte, ouvindo sobre o que todos fariam nas próximas horas. Por volta das nove da manhã, estava pronto para sair de casa.

Foi aí que as coisas mudaram um pouco. Antes que pudesse se dirigir ao seu primeiro compromisso do dia, seu celular tocou e o nome da sua assistente pessoal apareceu na tela.

– Bom dia, Carol - ele falou quando atendeu o telefonema.

Bom dia, senhor Tomlinson - respondeu educadamente - Tenho uma notícia sobre o dono da propriedade que nós estamos tentando adquirir.

Mark era dono de doze restaurantes espalhados por Londres, e não pretendia parar por aí. Sua carreira no ramo começou quando sua Johannah acabou sua faculdade de gastronomia e decidiu abrir seu próprio negócio.

Ele não era rico, mas tinha algum dinheiro guardado e entrou na sociedade como investidor. Ninguém imaginava que, anos depois, aquele restaurante seria um dos maiores do país e também o primeiro de um império.

Não havia na cidade quem não conhecesse os Tomlinson. Eram uma família muito rica e popular, sempre marcando presença em eventos e primeiras páginas de jornais e revistas.

Jay continuou como chef ali onde começou, mas treinou todos os responsáveis pelos estabelecimentos que vieram depois. Os filhos do casal tiveram as melhores oportunidades e aproveitaram seus privilégios para construírem nomes para si mesmos.

Louis seguiu os passos da mãe e hoje, aos 26 anos, estava à frente da cozinha de um dos restaurantes mais prestigiados do portfólio da família.

Sua irmã, Charlotte, começou muito nova nas redes sociais e agora era uma grande influencer, somando mais de 10 milhões de seguidores apenas no seu Instagram.

A dupla era a realeza da sociedade londrina, todos queriam ser eles ou ter eles, o que fosse mais fácil de conseguir.

Apesar do sucesso já alcançado por todos, a expansão não podia parar e, por causa disso, Mark estava em negociações para comprar um prédio e instalar sua mais nova aposta ali, um restaurante de cozinha brasileira, mas com um toque requintado.

Era sobre isso que sua assistente falava no telefone aquela manhã. O dono do local estava dificultando a venda e isso estava estressando Tomlinson, que só queria acabar com aquela parte da coisa e partir para a construção do local em si.

– O que ele queria? - perguntou já cansado.

Ele concordou em vender - falou, mas seu tom de voz indicava que não era só aquilo.

– Por que eu sinto que tem uma pegadinha?

Ele gostaria de uma parcela do pagamento em espécie - ela disse hesitante.

– Quanto? - perguntou curioso. Não era comum que essas transações fossem feitas em dinheiro vivo, para isso existiam bancos.

Trinta mil libras.

– Ele quer trinta mil libras na mão dele? - perguntou chocado - O que nós somos, criminosos?

Ele não explicou seus motivos, mas eu ouvi rumores.

– Nunca achei que fosse tirar proveito do seu lado fofoqueiro - suspirou - Mas o que você escutou?

Vou tentar não me ofender e contar que, segundo minhas fontes, ele está com problemas com apostas e o prazo para o pagamento das suas dívidas é muito curto - explicou mais animada do que deveria.

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