SÉRIE GRAND CHELEM | LIVRO 4
Claire Baux não gosta nem um pouco de Charles Leclerc. Todos no seu convívio sabem disso.
Mas ninguém sabe o porquê.
Barein, 2020.
Durante a caminhada entre as pessoas que transitavam em meio ao caos, na busca de notícia...
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GRANDPRIX DOBAREIN, 2020
As luzes que iluminavam o circuito do Barein transformava a corrida um prato cheio para os fotógrafos que se espreitavam à beira da pista, prontos para registrar os melhores ângulos.
O fim da temporada estava a duas corridas do fim, em um ano marcado pelo atraso no início do calendário regular.
Tudo estava devidamente perfeito para a largada, os pilotos em seus carros, a euforia para o início de um fim de semana bonito de se ver mesmo que a pista não fosse a predileta de muitas pessoas.
Entretanto, tudo se tornou um desespero total assim que Grosjean tocou em um dos carros, perdendo um pouco do controle e indo de encontro a barreira metálica, entrando em chamas imediatamente.
A chama grande e destruidora, iluminou o trecho da pista, causando pânico em todos que observavam o acidente pelos monitores. As expressões de angústia e choro, estava presente em todas as instalações do circuito e deixava os fãs que assistiam em total choque.
Charles estava desesperado. Sua comunicação com a equipe estava falha, sem informações concretas. Todos estavam desesperados, assistindo os segundos em câmera lenta, como se o tempo estivesse congelado.
O medo tomou conta de cada parte de Charles, arrepiando-o dos pés à cabeça, em um sinal de pânico. Ele não aguentaria ver mais um colega de profissão partir fazendo o que mais gostava.
As memórias dolorosas e ainda nítidas do acidente que levou seu padrinho e amigo pessoal estava presente em cada segundo que ele tentava descobrir o que tinha acontecido com Grosjean.
Charles sentiu medo. Ele corria pelo prazer que sentia, mas brincava com o perigo ao entrar em seu cockpit e pilotar a mais 300 km por hora. Leclerc era forte, entretanto aquilo o abalou muito. Poderia ter sido ele.
O piloto ouviu o engenheiro chamá-lo para box, e informou que Grosjean tinha sido socorrido e estava indo para o departamento médico.
O monegasco soltou um suspiro aliviado e voltou para os boxes, parando na garagem da Ferrari.
Aquela altura o pitlane estava cheio de pessoas em polvorosa, trafegando de um lado para o outro, uns atrás de notícias e outros no encalço dos pilotos, buscando acalmar todos.
Charles saltou do carro, tirando o capacete. Pegou a toalha das mãos de Andrea para enxugar o rosto e a garrafa de água.
— Como tudo aconteceu? — Leclerc perguntou ao preparador físico. — Apenas vi as chamas pelo retrovisor. — levou a garrafa aos lábios.
— Houve um toque entre ele e o Kvyat. Grosjean perdeu o controle e bateu contra o guard rail. — o piloto assentiu, devolvendo a garrafa de água para o rapaz. — Ele está bem, saiu em meio às chamas. — deu tapinhas no ombro monegasco.
