SÉRIE GRAND CHELEM | LIVRO 4
Claire Baux não gosta nem um pouco de Charles Leclerc. Todos no seu convívio sabem disso.
Mas ninguém sabe o porquê.
Barein, 2020.
Durante a caminhada entre as pessoas que transitavam em meio ao caos, na busca de notícia...
Oups ! Cette image n'est pas conforme à nos directives de contenu. Afin de continuer la publication, veuillez la retirer ou télécharger une autre image.
PARIS, 2021
Os braços cruzados e o olhar perdido de Charles mostravam como ele estava desolado, enquanto observava a Claire através do vidro da UTI. A francesa estava entubada com vários fios que estavam ligados aos equipamentos, que registravam seus sinais vitais.
O bipe mesmo que longe ressoava na cabeça do piloto, como um aviso que se aquilo cessasse, Claire não iria voltar para ele.
O medo de não tê-la ao seu lado, o cercava com pressa. Charles já tinha perdido tantas pessoas próximas, que a ameaça de perder mais uma fazia seu coração ficar apertado ao máximo.
Sua memória resgatou a última vez que Claire estava ao seu lado, logo após o Grand Prix do Azerbaijão, quando ele a fez prometer que teriam um jantar romântico em Paris. Agora, o piloto apenas ansiava por ter sua namorada outra vez ao seu lado, para que pudesse cumprir a promessa que parecia ser boba, mas que naquele instante era muito importante.
O nó na garganta ia e voltava em um ciclo sem fim, enquanto ele pedia para que ela acordasse e dissesse que estava tudo bem, mesmo que não estivesse. Além dos traumas físicos, Claire tinha traumas familiares, que iria segui-la pelo resto da vida.
Charles voltou para a recepção, Albert, Louise, Yuki, Pierre e Marina estavam sentados em silêncio, fazendo preces consigo mesmos, pedindo para que Claire saísse daquele estado.
O piloto sentou-se em um dos sofás próximos a Louise e apertou a mão da cunhada, que estava sendo amparada por Yuki.
Um burburinho surgiu e em seguida Helga surgiu. Os olhos da mulher estavam cheios de lágrimas e a expressão assustada.
Louise se levantou rapidamente e abraçou a mãe. Por mais que a relação das duas não fosse uma das melhores, a mais nova sentia falta da mãe.
— Mãe… — Louise desmanchou em lágrimas nos ombros da mãe.
— Louise… — Helga não se aguentou e chorou junto.
Charles assistiu a cena com as mãos entrelaçadas, próximas ao rosto, mas seus olhos tinham uma fúria indesejada, porque ele sabia que o acidente tinha acontecido logo após Claire deixar a casa da mãe.
— O que você fez, Helga? — Charles se levantou em um rompante, assustando a todos.
Louise se separou da mulher, alternando os olhos entre a mãe e o cunhado.
— Charles! — Pierre se levantou, tentando conter o amigo. — Você pirou, cara? — franziu a testa.
A raiva era latente nos olhos do monegasco, o verde de suas íris se tornaram escuras e nubladas.
— Eu estou no meu perfeito juízo, cara. — ele afirmou olhando nos olhos do francês. — Mas eu sei que ela fez alguma coisa, porque a Claire foi até Rouen para ter uma conversa com ela. — apontou o dedo para Helga.
