SÉRIE GRAND CHELEM | LIVRO 4
Claire Baux não gosta nem um pouco de Charles Leclerc. Todos no seu convívio sabem disso.
Mas ninguém sabe o porquê.
Barein, 2020.
Durante a caminhada entre as pessoas que transitavam em meio ao caos, na busca de notícia...
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DUBAI, 2021
Charles era uma dos problemas que Claire tentava escapar a qualquer custo, no entanto, não conseguiu pela segunda vez.
Na manhã seguinte, a francesa despertou sozinha sobre a cama. Com os olhos espremidos e sonolentos, ela varreu o quarto rapidamente e não viu o piloto, soltando um suspiro em seguida, enquanto deitava a cabeça sobre o travesseiro.
A noite passada vinha em flashes nítidos e bons, mostrando-a a tentação em forma de pessoa, para ser mais exata a pessoa que ela tanto repudiava, Charles Leclerc.
Baux lembrava com nitidez a primeira vez que viu o monegasco em sua vida. O garoto tinha o cabelo cortado em forma de cuia, os fios caiam sobre seu rosto, lhe fazendo parecer um garoto legal, mas em alguns segundos, o pequeno piloto começou a atazana-lá.
A pequena Claire era tímida, falava pouco e sempre estava com os Gasly, sendo uma parte da família. Talvez por isso, Charles começou a importuná-la.
Desde então, os dois travaram uma briga entre si, com olhares raivosos e espertinhos, transformando o que todos achavam que daria uma amizade em uma batalha épica de duas crianças birrentas.
O fato de Charles ter tomado o tempo de Pierre com corridas, passando a conviverem um pouco mais, atiçou ainda mais a picuinha com a francesa.
Charles também não ficava atrás em zombar da garota. Ora falava sobre os óculos de armação duvidosa que ela usava, ora pelas roupas muito patricinha que a mãe da francesa a fazia usar.
Com o passar dos anos, aquilo se tornou irrelevante, mas ainda sim, existia um pouco de mágoa entre os dois. Claire se afastou da convivência dos Gasly para viver o sonho da mãe e Charles focou no que realmente queria.
E agora, por ironia do destino, Claire estava em Dubai com um cara que não gostava e ainda por cima, ocupava a mesma cama que ele, sem barreiras de travesseiros e experimentando o prazer que ele lhe dava.
A porta abriu, Claire se mexeu na cama, virando-se para ver Charles atravessar o quarto até chegar onde ela estava. Um sorrisinho fraco cobria seus lábios e os olhos verdes tinham um brilho especial.
— Bom dia, Le chili. — Charles saudou com a voz mansa. — Pensei que você estava longe daqui… — deitou-se ao lado dela, apoiando o cotovelo sobre o colchão e a cabeça na mão.
Claire esticou os braços e deu um sorriso fraco.
— Esse é o plano, Perceval. — os olhos dele ficaram arregalados.
— Hãm? Mas…
— Eu tenho que deixar esse quarto. — fitou o piloto. — Meu novo quarto está pronto e eu preciso ir. — ajeitou seu corpo na cama, sentando-se.
— Você pode cancelar o quarto… Podemos continuar aqui até amanhã. — beijou o pescoço dela, arrancando um sorriso da garota
— Não posso, Charles. — declarou colocando os pés para fora. — Eu tenho que ir para meu quarto.
