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06. HARÉM
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Atsumu teve pesadelos naquela noite. Visões terríveis de si mesmo. Imagens de si sendo empurrado para baixo e violado. Algo tão vivido que ele acordou com dor.

Quando Akaashi veio, não disse nada sobre como a raposa se parecia.

— O que você acha de conhecer os outros hoje? Podemos ir agora, antes deles se levantarem, e partilhar a primeira refeição.

— Você acha uma boa ideia? Eu ainda estou muito travado ao usar os talheres.

— Claro, nenhum deles se importa com isso.

Atsumu não estava convencido disso, mas não podia fugir mais.

Akaashi caminhou até o outro lado do quarto, o oposto ao qual eles tinham saído no dia anterior.

— Está pronto? — perguntou. Atsumu não estava, mas ainda acenou com a cabeça. — Bem, vamos lá.

Ainda era azul lá fora quando Akaashi abriu a porta, mas era bem mais claro. Atsumu o seguiu quase tremendo. A coruja virou para a direita e começou a explicar.

— Nossos quartos são organizados por ordem de chegada. — Por isso Atsumu era o último. — Eles ficam um de frente para o outro. Entre eles tem pequenos corredores que levam ao jardim de Sua Alteza. O meu é o primeiro à esquerda, caso precise.

Como se Atsumu tivesse a coragem de pedir alguma coisa.

— O que eu devo esperar deles?

Akaashi ficou um bom tempo em silêncio.

— Honestamente, convivo com eles desde que nasceram e nem eu sei o que esperar.

— Isso não ajuda muito a me acalmar.

— Você vai se sair bem.

Atsumu respirou fundo. Certo, talvez ele pudesse passar por isso. Eram todos híbridos. Ele podia confiar em híbridos.

Conforme andavam, aos poucos Atsumu podia ir distinguindo algo aqui e ali, até que uma mesa tomou forma. O cheiro de comida era maravilhoso, mas sua forma o deixou chocado. Sanduíches, lanches, bolos, doces gelatinosos... Eram apenas alimentos que podiam ser comidos com a mão ou com uma colher.

— Vê aquela porta-dupla ali em frente? — perguntou Akaashi, apontando. Atsumu não via, estava longe demais para isso, mas ainda disse que sim. — É o quarto de Sua Alteza. Geralmente quando estamos ociosos, ficamos nessa área em frente ao quarto dele. Todo o espaço entre o quarto dele e o seu quarto é a área conjunta.

— Entendo.

Atsumu adicionou isso à planta do castelo que tinha em sua mente. Já que não podia enxergar direito, tinha ao menos que decorar onde ficava cada coisa. Esbarrar nas paredes do próprio quarto já era constrangedor o suficiente.

De repente, uma porta se abriu. Dela, saiu uma pessoa. Quando se aproximou o suficiente, Atsumu viu que era um rapaz bonito, alto, de cabelos castanhos e pele clara. Vestia apenas um roupão até o meio das coxas azul escuro e bocejava de sono.

— Bom dia, Akaashi — comprimentou com uma voz de sono.

— Oikawa, deveria ter um pouco de decência. E bom dia.

— Decência é o meu segundo nome — retrucou com mais um bocejo. Ele piscou diversas vezes antes de focar em Atsumu. — Ora, esse é o novo ratinho de Sua Alteza?

— Devo lembrá-lo que você é um coelho? Atsumu é uma raposa. Se seguirmos a cadeia alimentar ele te come.

— Tão duro, Akaashi. Então, você era mesmo um escravo?

O Reinado da Raposa (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora