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36. CARTAS
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"Olá, mamãe.

Eu estou com saudades. Estou muito ansioso pra poder me encontrar com você e com Osamu. Muitas coisas aconteceram nesses vinte anos, mas eu quero contar pessoalmente. É muita coisa, muita coisa mesmo.

Sua Alteza Hinata está cuidando muito bem de mim, eu fiz amigos e estou feliz. Mas, de verdade, quero muito reencontrar vocês. Eu não sei realmente o que falar aqui, só que eu estou com muita saudade e com vontade de abraçar vocês.

Vamos nos encontrar logo, eu prometo.

Com amor e saudade, Atsumu."

Saki chorou, abraçando a carta. Seu menino, sua linda raposinha dourada estava bem e seguro. Ao seu lado, Osamu estava soluçando, murmurando que também estava com muita saudade. Ela o puxou para um abraço, acariciando entre as orelhas prateadas.

Demorou muito tempo até que um deles se acalmasse.

— Vem filho, vamos dormir — chamou Saki. Eles deitaram na cama, Osamu encolhido debaixo das cobertas, abraçando a carta de Atsumu.

— Acha que isso vai dar certo? Que esse príncipe vai fazer você rainha?

— Há poucas coisas que Hinata Shoyo é incapaz de fazer. Nesse momento não temos escolha a não ser confiar nele.

— Você pode invocar a memória de quando Atsumu escreveu a carta?

— Claro que posso.

Saki pegou uma delas, esfregando seu dedo suavemente no papel. Um fio dourado se enrolou no seu dedo e flutuou a sua frente, formando uma tela. O rosto concentrado de Atsumu apareceu. Saki reconheceu o lugar em que ele estava como sendo o escritório de Shoyo.

Colocando um pouco mais de magia naquilo, Saki expandiu a memória. O quartinho barato que eles alugaram deu lugar a um cômodo familiar. Não tinha poder suficiente para invocar o clima frio ou o cheiro, como Shoyo, mas era o suficiente para manter a ilusão entre as quatro paredes.

Na memória, Atsumu terminava de escrever, parecendo satisfeito consigo mesmo. Ele estava recostado em suas caudas, o que fez os olhos de Saki se arregalaram.

— Mãe... — começou Osamu.

— Eu vi.

A porta do escritório se abriu e Shoyo entrou. Ele continuava lindo como sempre, com o cabelo laranja destoante e o mesmo estilo de roupa.

Ele nunca vestia as roupas formais de príncipe completas. Geralmente andava por aí com um casaco para fingir, mesmo sem sentir frio.

— Conseguiu?

Os olhos de Atsumu brilharam ao olhar para o príncipe, um sorriso se abrindo. Saki tremeu diante daquilo, tendo um mal pressentimento.

— Sim, só precisa secar agora. — Shoyo acenou com a mão. — Acho que não mais.

Shoyo também estava sorrindo suavemente, de um jeito tão familiar que fez Saki sentir vontade de chorar.

— Eu tenho algo para você — disse Shoyo. Ele pegou uma caixinha com quatro carimbos, escolheu o da ponta e entregou para Atsumu.

Ele o ergueu, estreitando os olhos, que logo se arregalaram.

— Isso é um carimbo de raposa?

— É sim.

— É tão bonitinho.

Atsumu sorriu, radiante.

— Vamos experimentar? — perguntou Shoyo, já pegando as coisas necessárias para fazer o selo.

O Reinado da Raposa (AtsuHina)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang