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33. PESADELOS
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Depois de retornar ao palácio, Atsumu estava decidido a arrastar Bokuto para uma conversa. Mas a coruja faltou ao jantar e não deu nem um sinal de vida.

"Peça ao Palácio", havia dito Sua Alteza quando viu a expressão feia de Atsumu. "Eu não vou ajudar, isso é entre vocês dois."

Então Atsumu lhe tinha beijado e depois seguido pela porta criada pelo Palácio. Apenas para ver, ao longe daquele corredor vazio, Bokuto fugindo por outra porta. Ele só podia estar de brincadeira.

Atsumu o perseguiu por um tempo, realmente chegando perto algumas vezes. O Palácio deveria se chamar labirinto. Foi com irritação que a raposa percebeu que esse era exatamente o conceito dele. A mãe de Sua Alteza gostava de labirintos.

— Como que eu vou pegar essa coruja? — perguntou-se em voz alta, recostando em uma parede. — Você tem alguma ideia?

Atsumu se afastou da parede quando ouviu o gelo rachando. Se virou e ofegou quando viu as letras que ali surgiram.

"Na verdade eu tenho."

A raposa sorriu.

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Há um limite para o quanto alguém consegue brincar com a morte, Bokuto sabia bem disso. Shoyo com raiva era uma coisa. Seu irmãozinho era rancoroso, mas não mataria Bokuto. Mas a pessoa que Shoyo amava com raiva... Shoyo se dedicava demais aos outros, ao ponto de esquecer de si mesmo.

Bokuto não tinha dúvidas que ele lhe mataria ao menos uma vez se Atsumu pedisse.

Talvez estivesse maluco? Talvez. Talvez o medo tivesse mexido com a sua cabeça? Talvez. Mas fazer o quê?

Bokuto olhou em volta, suspirando aliviado que Atsumu não estava a vista.

— Ei.

Cedo demais.

Bokuto correu, entrando na primeira porta que viu na frente. Seu coração martelava no peito. Dando passos para trás, esbarrou em alguém. Alguém segurou seu braço.

— Você vai continuar fugindo ou vai me dar uma explicação? — A voz de Atsumu estava calma, mas Bokuto conseguia sentir a raiva dele. Estava impregnada em seu cheiro e em sua Autoridade. — Eu estou te segurando com força, então com certeza vou me machucar se você fugir agora. E você não quer que eu me machuque, não é, Boo?

— Eu desisto.

Era melhor ser levado como prisioneiro do que a morte iminente. Talvez a tortura fosse rápida.

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O plano do Palácio foi simples. Atsumu entraria na mesma sala que Bokuto, mas ao invés de atravessar até o outro lado ele voltaria para onde estava e só então seguiria em frente. Era tão simples que a raposa quis se bater por não pensar nisso antes.

Atsumu sentou em um dos sofás da biblioteca, um travesseiro no colo. Bokuto fez o mesmo em outro. E o silêncio pairou entre eles.

— Então... — começou a raposa. — Eu estou esperando.

Bokuto respirou fundo e fez uma careta. Atsumu poderia apostar que Sua Alteza brigou com o irmão mentalmente.

— Primeiro de tudo, desculpe ter te beijado. Não deveria ter feito isso.

— Está desculpado, mas nunca mais faça isso de novo. Não vou acalmar Sua Alteza da próxima vez.

— Sim, eu entendo. Eu estava errado, desculpa.

O Reinado da Raposa (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora