2⁰ ATO · Me Ensine A Cuidar Das Flores

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Muita coisa acontece entre o plantar a semente e o desfrutar da beleza da flor madura.
A cada segundo.
Diante ou distante da nudez de nossos olhos.
Amadurecimento é processo.
E como todo processo,
é necessário cuidado.
Em todos os sentidos que a palavra pode ter.


CAPÍTULO VIII ㅡ Me Encontre No Nosso Lugar

Jeong Hoseok

Eu precisei beber.

Beber para caralho. Chorei escondido no banheiro do bar. Depois chorei no colo de alguém, ainda no bar.

Fugi dos meus amigos, dando a volta no quarteirão, morto de bêbado. Sozinho. Em busca de ar.

Em busca de algum alívio para aquele aperto.

Em busca de alguma coisa, qualquer coisa, só para ficar em movimento. A ideia de ficar sentado numa mesa rodeado de gente, naquele estado, com meu peito ardendo e minha cabeça e rosto latejando, me sufocava.

Eu precisava andar. Nem que fosse de um lado para o outro. Sem rumo, para onde fosse. Precisava me mexer, não dava para engolir aquilo tudo que sentia quieto.

Eu nem conhecia aquele cara. Não o veria de novo. Sequer vi o seu rosto. Era normal eu reagir daquele jeito? Não deveria simplesmente me sentir aliviado por ter conseguido chamar ajuda a tempo?

Na verdade eu não fazia ideia se tinha chamado ajuda a tempo, porque ele estava respirando quando foi levado. Mas eu não fui com ele, então ele podia simplesmente já ter morrido.

Eu fui corajoso naquela hora. Ou talvez, só impulsivo e inconsequente. Mas fui destemido.

Só não fazia ideia de que aquilo seria um gatilho tão violento mais tarde.

Meu celular tocou.

Onde você tá, porra? ㅡ Ouvi a voz de Jiwoo me gritando do outro lado da linha.

ㅡ Não sei... acho que na rua de trás...

O que diabos está fazendo aí? Como é que você some desse jeito, nesse estado, não fala nada? Você está com quem?

ㅡ Eu e a minha ansiedade...

Jeong... volta para cá. Não é bom você ficar sozinho agora. Quer dizer... você quer ficar sozinho?

ㅡ Eu quero morrer, Woo, resolveria todos meus problemas agora.

Cala a porra dessa boca, você está porre, não fala merda! Eu tô indo aí.

ㅡ Você nem sa... ㅡ desligou na minha cara.

Não sabia bem como tinha conseguido um grupo de amigos. Mas eles estavam lá.

Naquele tempo, nós já nos víamos praticamente apenas em rolês esporádicos e conversávamos sobre a vida só até o álcool falar mais alto. Depois era uma programação mais automática de amigos adultos se divertindo sobre a superficialidade da existência e evitando a realidade dura.

Jiwoo era a mais próxima de mim, de todos os cinco. Ela se importava comigo, mas era meio bruta, meio sem tato. O que acabava piorando minha situação às vezes e fazendo com que eu preferisse ficar na merda sozinho. Mas era bom saber que ela se importava, mesmo que da sua maneira torta. Porque eu não tinha ninguém.

Morava sozinho. E a única e exclusiva razão para ter ido a um bar naquela sexta-feira depois de presenciar um acidente e ligar para a emergência, dar informações sem vacilar a voz ou ter uma síncope no meio da rua, foi por não querer ficar sozinho.

Demasiado Humano • OT7Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum