CAPÍTULO XXXI ㅡ É Preciso Dar Um Jeito, Meu Amigo.

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Relou, people.
Postando capítulo 31 (que ao contrário fica 13 se vocês perceberem) hoje pra tentar lidar com ansiedade de ver logo o anúncio do Lula presidente mais tarde.

Esse capítulo foi difícil de escrever. Reescrevi e revisei várias vezes e ainda não tenho certeza se gostei do resultado então peço que se gostarem dele, me deixem saber, ok? Pufavozinho, uma palavrinha de paz e optimismo lá no final, sim? 🥺🙏🏼 bigado amo vocês.

Boa leitura!

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Aviso de gatilho: Violência policial
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Kim Namjoon





Fomos à praia no meio da semana.

Eram os últimos dias das minhas férias da faculdade e meu dia de folga na cafeteria. Já tinha um tempo que tínhamos conversado sobre ir à praia, mas nunca dava certo.

Ele não gostava da ideia de entrar no rio, nem de pisar descalço na areia. Talvez nem calçado, dependendo do dia. Mas ele gostava de assistir a paisagem.

Sugeri uma praia menos turística, na intenção de ter menos gente possível. Escolhemos um horário completamente remoto e fomos.

Às 7:30 da manhã de uma quarta-feira, lá estava eu, tirando minhas percatas para sentir o granulado fofo do chão arenoso que refletia a luz não tão intensa do sol. O dia estava um pouco frio. Prometia ficar mais. Ainda assim, naquele comecinho de manhã havia um leve resquício de quentura tocando minha pele. Mas quando olhei para ele, não soube dizer se era mesmo do sol ou se era o calor do seu olhar sobre mim.

ㅡ Não vai mesmo querer pisar na areia? Ela não tá quente, não.

ㅡ Não, obrigado. Vou ficar olhando daqui.

Sentou na beira elevada da escada de cimento cru e se ajeitou numa posição abraçando os joelhos. Os dedos de seus pés descalços, metade apoiados no último degrau e metade para fora, balançavam adoravelmente. Enquanto seus olhos passeavam sem pressa pelo horizonte.

De vez em quando ele olhava para mim, conferindo o que estava fazendo. Me fazendo acreditar que eu fazia parte da paisagem que ele dissera gostar de assistir.

Eu fingia não ver. Mas às vezes era difícil. Simplesmente o encarava de volta.

Sorrindo.

O sol se achegava aos poucos, mas o clima permaneceu álgido. Ele se encolhia dentro do casaco quando batia uma brisa mais gelada. Minha vontade era largar qualquer coisa que estivesse fazendo e correr para me sentar do seu lado. Abraçá-lo, aquecendo seu corpo. Mas não queria invadir seu espaço. Ele parecia tão confortável, eu não queria estragar isso. Então apenas continuei caçando pequenos caranguejos perto da água.

Me distraía na busca. Encontrava um aqui outro ali, segurava na palma da mão, como uma pedrinha preciosa, depois os soltava de novo. Esquecendo de tudo, todos os problemas. Só vivendo o momento. Eu amava fazer isso.

Até me lembrar de que estava acompanhado e olhar para Seokjin ao longe. Que ou estava com o olhar perdido pelo rio ou já estava mirando em mim.

Percebi que estava longe demais quando notei que nem gritando conseguiria ser bem ouvido então decidi voltar. Fui até ele e sentei ao seu lado.

Eu vinha tentando evitar ficar tão, tão perto dele. Mas apenas tentando. Ficava cada vez mais difícil vê-lo sem, instantaneamente, querer sentir seu cheiro tocar meu rosto inteiro.

Demasiado Humano • OT7Where stories live. Discover now