CAPÍTULO XVIII ㅡ De Lugar Nenhum

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Kim Taehyung

Estava no fim do semestre da faculdade. Fim de ano. Meio do mês.

As semanas vinham sendo intensas. Muito trabalho, tanto na faculdade quanto na floricultura. O processo de mudança do Jimin para o meu apartamento. Acompanhá-lo e cuidá-lo emocionalmente. Eu estava saindo todos os dias.

A sensação era de que eu não tinha parado nem por um minuto.

Só parei quando fiquei de cama por causa de uma gripe que chegou do nada me arriando. Mas em menos de dois dias já estava na ativa de novo.

Alguém em algum momento brincou perguntando do que eu estava fugindo quando soltei uma reclamação sobre estar cansado por estar ocupado demais.

Fiquei com aquilo por dias na cabeça.

Do que eu estava fugindo? Me ocupando tanto daquele jeito…

Era quinta à tarde, eu estava na minha sala na floricultura em um processo de criação de uma identidade visual, escutando minhas músicas, quando ouvi alguém bater na porta.

ㅡ Seu Tae…hyung? ㅡ Ouvi uma voz abafada por estar do outro lado da porta me chamando.

ㅡ Pode entrar!

ㅡ Com licença… ㅡ O que ele está fazendo aqui? ㅡ …um senhor passou aqui agora a pouco e pediu para lhe entregar isso.

O rapaz, que era um dos funcionários do depósito ㅡ como é mesmo o nome dele? ㅡ, estendeu as mãos segurando um envelope.

ㅡ Ah… sim. Pode entrar ㅡ sugeri, me levantando. ㅡ Qual era o nome dele?

ㅡ Ele não quis dizer. ㅡ Franzi meu cenho enquanto pegava o pacote plano. ㅡ Falou que você saberia quando abrisse a correspondência.

Comecei a achar aquilo estranho. Analisei cada detalhe externo do envelope e o apalpei para ver se tinha algo sólido dentro.

ㅡ Como ele era?

ㅡ Era um senhor de idade, um pouco acima do peso, cheio de sardas no rosto. Calvo, mas grisalho no pouco cabelo que tinha. Usava roupas meio… meio…

Olhei para ele esperando que completasse. Pareceu ficar levemente constrangido.

ㅡ …meio?

ㅡ Meio… caras? ㅡ Concluiu sem muita certeza do que dizia ㅡ Pareciam… roupas de marca.

ㅡ Tipo esses velhos ricos que jogam golfe?

ㅡ Isso! ㅡ Pareceu finalmente achar resposta.

ㅡ Puta que pariu… ㅡ resmunguei, em um tom audível. Esqueci por um segundo que não estava sozinho ㅡ …quer dizer… é… desculpe. Muito obrigado por ter entregue… ㅡ cerrei os olhos insinuando um pedido para que ele me dissesse seu nome.

ㅡ Jungkook. Jeon Jungkook.

ㅡ Certo, Jeon, obrigado mesmo.

Ele saiu e eu fechei a porta, escorando nela minhas costas que logo pesaram na insatisfação de já ter certeza de quem era o remetente.

Eu não queria abrir aquilo. Não fazia ideia do conteúdo da carta, mas sabia que coisa boa não era.

ㅡ Por que caralhos uma carta? Esse velho parou em 1960 por acaso?

Respirei fundo uma, duas, dez vezes. Analisando e reanalisando o envelope.

Não tinha nada escrito do lado de fora além do meu nome.

Demasiado Humano • OT7Where stories live. Discover now