Capítulo 37.

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OLÍVIA GRECO

— Posso entrar? — A pergunta chega aos meus ouvidos, porém, pareço incapaz de tomar qualquer atitude. Faz somente alguns dias que não o vejo e já estou achando-o diferente da última vez em que nos vimos. — Olívia? — Sua voz me faz acordar de meus devaneios e só então percebo que o encarava com intensidade.

Dou-lhe espaço para passar e o mesmo adentra minha casa, não parece ser a primeira vez que está por aqui. Já que não demonstra curiosidade pelos arredores da mansão.

— O que você quer, Fabian? Por que veio até aqui? — Cruzo os braços, enquanto observo o mesmo se sentar.

— Vim principalmente para ver você e minha filha.

— Nos ver? Ver “sua” filha? Não foi você quem disse que ela era uma bastarda? — Uso um tom irônico, mas na verdade estava pura raiva. Porque sua presença desencadeia meus demônios.

— Olívia, você não precisa me lembrar das minhas palavras. Porque já convivo com o peso delas em minha consciência... — Abaixa a cabeça e senta-se.

— E você tem uma consciência? — Em outra época, sentiria-me mal por ele. Porém, é isso que ele merece por tudo o que disse e fez para mim durante o tempo em que estivemos juntos. — Porque um homem (homem não, um moleque!) que põe uma mulher grávida para fora de casa, altas horas da noite e no meio de um temporal, é porquê não tem consciência. — Olhando para sua face, vejo lágrimas escorrerem por seu rosto. Todavia, não é um terço das que derramei desde que nos envolvemos.

— Olívia, estou arrependido. Sinto culpa todos os dias, será que pode me perdoar? — O dou as costas, para não fraquejar e cair na tentação de perdoá-lo. Pois todas as suas palavras estão cravadas em minha memória e tão cedo não a deixará.

— Você se perdoa, Fabian? — Pergunto e viro-me em sua direção novamente.

— Não, mas irei. Assim que você o fizer. — Se levanta, aproximando-se cautelosamente.

— Eu não consigo, quando lembro daquele dia em que você me pôs para fora, me mandou ir para o inferno. Fabian, isso dói no mais profundo do meu ser e é por esse e outros motivos, que perdoá-lo agora não é possível. — Digo tristemente, então ele envolve meu rosto em suas mãos e diz olhando bem dentro de meus olhos:

— De hoje em diante, cada minuto e segundo da minha vida será para reparar os erros que cometi, e também para trazer você e minha filha para perto de mim. Disso não tenha dúvidas, porque vou fazer! Considere uma promessa. — Deixa um beijo em minha bochecha, fazendo meu coração acelerar loucamente em meu peito.

Um chorinho vindo do andar de cima nos faz afastar-nos. Então saio de meu torpor e me encaminho para o segundo andar, sendo seguida por Fabian. Mesmo que quisesse impedi-lo de ver Alessa, não poderia. Pois apesar de tudo, ele ainda é seu pai e ela não tem consciência dos erros que o mesmo cometeu.

Assim que abro a porta de meu quarto, o chorinho que antes abafado pelas paredes, se torna mais intenso.

— Xiiii, meu amor. A mamãe está aqui... — A tomo em meus braços e balanço de um lado para o outro, para acalmá-la. O que era choro, agora é somente lamentos baixinhos.

— Posso segurá-la? — A pergunta me deixa um pouco confusa, pois não imaginava que ele fosse querer segurá-la por agora. Então, apenas assinto e com cuidado ponho Alessa em seus braços.

— Meu anjinho, papai está aqui com você e nunca vou deixar que ninguém a faça mal, nem a sua mãe. Apesar de que eu trouxe muitas dores para ela, mas sabe de uma coisa? Estou levando isso com uma lição, de que eu tenho que amadurecer e cuidar de vocês como merecem. E pode ter certeza que vou fazer isso. Amo muito vocês e se um dia sentir que vocês não são felizes ao meu lado, eu mesmo me afastarei. — Diz tudo com os olhos chorosos e não consigo conter uma lágrima que me escapa.

 Romance With The Boss.                                             RevisãoWhere stories live. Discover now