Mastermind: Ascenção da Anarquia

Capítulo 21: Conexão

Hitoshi caminhou entre as lápides, ignorando a chuva leve enquanto se dirigia ao túmulo de All Might. Não que ele fosse particularmente próximo de All Might ou algo assim, era apenas que essa era a última vez que as coisas faziam sentido, então parecia um bom lugar para pensar. Além disso, depois de tanto tempo, seu túmulo não recebia tantos visitantes e havia tantos outros túmulos para visitar, então era um bom lugar para ir se ele quisesse ficar sozinho.

O mundo era mais simples quando All Might estava vivo. O símbolo da paz ajudou a tornar as coisas mais fáceis. Havia heróis, havia vilões. Havia o bem, havia o mal e mesmo com sua peculiaridade, ou talvez por causa disso, era óbvio para Hitoshi de que lado ele queria ficar. 

Mas como ele deveria ser um herói com a peculiaridade de um vilão em um mundo onde todos eram vigilantes?

Hitoshi ouviu alguém vir atrás dele e deu um passo para o lado para deixá-los ver o memorial. Tanto por estar sozinho, mas felizmente o recém-chegado não parecia muito tagarela... pelo menos até Hitoshi se virar para sair.

“Eu já vi você por aqui antes.” O homem era alto e quase anormalmente esguio, e isso combinado com sua roupa e comportamento sério o fazia parecer uma espécie de homem de negócios de médio porte. “Você estava perto de All Might?”

"Não." Hitoshi respondeu brevemente. “Nunca tive a chance.”

O homem assentiu: "Então você nunca o conheceu?"

“Oh, eu o conheci bem.” Hitoshi bufou. “Algumas semanas antes de vê-lo morrer.”

Ele esperava que o fator de choque poria fim à discussão indesejada, mas não teve sorte, “Então você era um membro do 1A. Não é à toa que você está aqui com tanta frequência.”

Hitoshi olhou para ele, "Eu sou um membro do 1A, não um daqueles desistentes, e não é nada pessoal, é só que este é geralmente um lugar agradável e tranquilo para pensar."

Em vez de ficar desanimado com sua grosseria, o estranho riu: “Acho que mereço isso, não é? E perdoe minha grosseria em não me apresentar…”

"Tenho certeza de que foi a coisa menos rude que você fez." Hitoshi resmungou.

O estranho suspirou: "Como eu estava dizendo, meu nome é Sir Nighteye."

Hitoshi nunca foi realmente um fã de heróis, mas quando ele estava treinando para a UA, ele prestou atenção especial a heróis que ficavam fora dos olhos do público como Eraserhead e, sim, até mesmo o velho ajudante de All Might, “Oh. Não é à toa que você está aqui, então.”

Nighteye assentiu: "Fico feliz em saber que pelo menos alguns dos alunos de Toshinori estão indo bem e continuando fortes no caminho do heroísmo."

"Continuar forte? Sim." Hitoshi fez uma careta. “ ‘Indo bem’ pode ser um pouco exagerado.”

Nighetye bufou: "Sim, suponho que seja o caso de todos nós, não é?"

Hitoshi deu de ombros e começou a se afastar novamente quando Nighteye o chamou.

“Se você precisar de um estágio, me ligue.” Ele ofereceu. “Minha agência sempre foi boa em ficar nas sombras, então tivemos menos problemas para nos ajustar do que alguns. E asseguro-lhe que minha equipe o deixará em paz, se assim o desejar.

Hitoshi revirou os olhos, “Eu vou acreditar nisso quando eu vir. Aproveite seus mortos.”

"É claro." Nighteye riu, "Embora eu acredite que eles estão se divertindo mais do que nós no momento."

"Sim." Hitoshi respondeu. “Eles são os sortudos.”

     _______________________________

Fumikage sabia que ele estava se agarrando a canudos, mas o engraçado sobre o isolamento era que ideias estúpidas começavam a soar quase decentes quando eram repetidas na mente muitas vezes. No caso de Fumikage, por exemplo, a ideia estúpida em questão era dar uma segunda chance à reunião de doutrinação da liga para que ele pudesse parar de evitar Monoma, que era um dos poucos amigos que restava, se pudesse chamá-lo de amigo. Ele sabia que provavelmente seria tão terrível quanto da primeira vez, porque obviamente a liga era um ninho de escuridão, mas talvez não fosse tão ruim. Com os vídeos que eles estavam postando ultimamente, Fumikage estava quase tentado a pensar que a escuridão era simplesmente uma concha protetora escondendo o verdadeiro brilho do mundo. Não que ele jamais admitiria tais pensamentos, é claro, mas se fossem verdade, seria um banquete louco de escuridão.