21 - take me to the moon

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Eu definitivamente poderia me acostumar com a sensação de acordar todos os dias com os braços quentes de Charles envolvendo o meu corpo e, na manhã de seu aniversário, poder encontrar aqueles olhos verde-esmeralda assim que despertei era ainda mais especial. A minha vontade era de que pudéssemos permanecer ali pelo resto do dia, mas acabei deixando que ele saísse da cama depois de algum tempo, resmungando ao sentir o vazio que ele deixara. Porém, enquanto escutava o barulho da água do chuveiro, uma ideia fez com que eu me apressasse para fora dos lençóis e caminhasse a passos decididos até a cozinha, sem me importar com o ar fresco de outono que atingia a minha pele coberta pelo meu pijama curto.

Depois de brigar algumas vezes com as portas dos armários que ainda me deixavam um pouco confusa, eu consegui encontrar todos itens necessários para arrumar o café da manhã na bancada, e tinha acabado de posicionar a minha xícara de café ao lado do iogurte com frutas de Charles quando ele entrou no cômodo, vestindo uma camiseta azul clara e preenchendo o ambiente com o perfume do sabonete. Com um sorriso doce no rosto, ele caminhou lentamente até mim e, pousando a mão firme no meu quadril, deixou um beijo macio na minha bochecha.

– Feliz aniversário – eu murmurei, me virando no espaço estreito entre a bancada e o corpo de Charles, que enlaçou a minha cintura.

– Você não precisava fazer nada disso, Lena – ele estreitou os olhos para mim, e eu suspirei.

– Eu sei, mas eu quis mesmo assim – respondi, encolhendo os ombros. – Você sempre faz essas coisas por mim e hoje é a minha vez de retribuir.

Charles balançou a cabeça com uma risada fraca, pressionando ainda mais o corpo contra o meu e deslizando a mão pela lateral do meu rosto até encaixá-la na curva entre o meu maxilar e o pescoço.

– Eu não mereço você – ele sussurrou.

– Ei! – eu logo rebati, envolvendo o rosto dele com as duas mãos e encarando-o com firmeza antes de continuar: – Você merece sim. Você merece tudo.

A minha voz era baixa porém firme, e eu senti o peito de Charles subir e descer contra o meu quando ele suspirou pesadamente, seus lábios se curvando em um sorriso antes de ele grudá-los nos meus em um beijo suave, e meu corpo estremeceu.

– Me acompanha em uma corrida? – Charles perguntou, erguendo as sobrancelhas enquanto terminava de comer uma torrada com geléia.

– Eu queria mesmo era ficar aqui com você o dia todo – eu suspirei, esticando o pé para alcançar a perna dele antes de continuar: – já que vou ter que te dividir com mais gente à noite – revirei os olhos. – Mas, para a sua sorte, eu gosto muito de correr, então eu topo.

Charles já terminara o seu café da manhã, e deu uma risada fraca ao se colocar em pé, ficando com o corpo quase colado ao meu.

– Você nunca precisa me dividir com nada, nem com ninguém – ele abaixou para me dar um beijo suave, e eu senti o gosto da geléia de amora em seus lábios. – E vai ser ótimo ter a sua companhia na corrida, porque eu odeio – a mão dele deslizou pelos meus ombros conforme ele contornou a minha cadeira para levar o prato até a pia. – Mas o Andrea me mata se eu não for.

Eu achei graça da reclamação dele, e virei o restinho de café da minha xícara na boca antes de também escorregar da banqueta alta. Assim como na noite anterior, Charles e eu colocamos os pratos e xícaras na lava-louças e organizamos a pequena cozinha em movimentos sincronizados e naturais, enquanto ele me contava os planos para a comemoração do seu aniversário naquela noite, que incluiria um jantar com seus irmãos e sua mãe e, logo depois, a festa com seus amigos na cobertura de Alex. Por algum motivo, o meu cérebro não tinha registrado que eu iria encontrar a mãe de Charles naquele dia, e senti o estômago dar uma leve cambalhota com aquela percepção, forçando minha atenção a se concentrar no que Charles continuava falando numa tentativa de que aquilo não me afetasse.

ℛ𝑎𝑐𝑖𝑛𝑔 ℋ𝑒𝑎𝑟𝑡𝑠 [ᴄʜᴀʀʟᴇs ʟᴇᴄʟᴇʀᴄ]Where stories live. Discover now