26 | O Noviço Sun

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- Por onde começamos? Onde deve estar o... - tento imaginar o que estamos atrás - elixir, ervas, pergaminhos com feitiços de reversão de rituais?

- Calma - Wukong se esconde no templo, fico junto dele.

- Estou calma, tão calma que um passarinho poderia fazer um ninho na minha cabeça sem se preocupar com nada!

- Shhhhh!

Um outro Wukong cruza os portões do templo acompanhado de um MK sorridente. Estão conversando sobre alguma coisa e depois vejo eles se alongarem.

- Espera, aquele ali é você?! - questiono surpresa.

- Shhhhh!

Concentro melhor a visão e tenho cem por cento de certeza que é o mestre.

- Ei! É você mesmo!

- Shhhhh! Valente? "Shiu", heim.

- "Shiu" nada, não estou entendendo nada, vai descobrir a cura para seu discípulo espiando seu eu do passado? Não entendi.

- Mas vai entender, só fica em silêncio.

- Difícil mas consigo.

Flagrei Wukong realizando o tal ritual macabro que deu mais poder ao jovem aprendiz, muito mais do que MK podia lidar no momento. Então é verdade mesmo. Um calafrio percorre minha coluna, Wukong deve ter se arrependido disso ou errado o ritual, preciso acreditar nisso.

- Wukong... eu... não estou... acreditando nisso. Você... você realmente submeteu MK a esse tipo de ritual macabro para lhe dar poderes?!

- Tente ser mais compreensiva, isso só é a ponta do iceberg, além disso... - ele respira fundo - nos trouxe para a época errada.

- Mas está claro como água. Como pôde?

- Valente, deixa eu explicar.

- Vá em frente, mas depois eu te deixo sozinho aqui - sinto que eu disse uma grande mentira, não tenho a menor intenção de ir embora, não quero deixar ele mas essa situação está no limite. Wukong começa a se explicar.

- Há muito tempo que sinto meus poderes enfraquecendo iss-

Tanto eu como Wukong nos curvamos simultaneamente, sinto uma dor de cabeça forte.

- Ghh! Estão demorando muito! MK está-

A dor de cabeça passa. Foi uma mensagem vinda de Macaque através de telepatia, as coisas não andam nada bem lá na época atual.

- Perdemos contato - balanço a cabeça em negação.

- Você pode ir, se quiser - Wukong me fita de sobrancelhas arqueadas, sua face com certeza me demonstra o contrário do que disse ou deseja. Por este instante, chego a conclusão que ele precisa de mim.

- Nada disso, foi mal, foi... explosão de raiva, estarei contigo até o fim dessa missão.

E, quem sabe, além.

- Vamos para a época certa - ele diz.

- Ok - respiro fundo, que situação tensa.

- Preciso esclarecer outras coisas antes - Wukong diz ao criar outro círculo de penas.

- Vá em frente. Pode dizer.

- Não posso encontrar ou lutar contra eu do passado. Enfrentar um eu do passado vai fazer com que eu fique preso na época.

Nas lendas nórdicas e germânicas, ver o próprio Doppelgänger era um presságio da morte. Um Doppelgänger visto pelos amigos ou parentes de uma pessoa pode às vezes trazer azar, ser um mau presságio ou uma indicação de doença iminente ou problema de saúde. Quem vê seu duplo, morre. Porém, como Wukong é imortal, então ficaria preso aqui para sempre.

A Discípula de Sun WukongWhere stories live. Discover now