capítulo três

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A porta do escritório do Professor Theerapanyakul era escura e muito brilhante. Pete olhou para ela, tentando ignorar a sensação desconfortável em seu estômago. As mãos dele estavam começando a suar, então ele enxugou-as contra seus jeans.

Não seja ridículo, ele disse a si mesmo. Vegas era apenas um homem, não um monstro. A pior coisa que o cara podia fazer era dizer não. Ele só iria falar com ele, explicar a sua situação e esperar que Theerapanyakul não fosse o idiota que todos pensavam que ele era.

— Você quer alguma coisa, Senhor Saengtham? — Disse uma voz baixa e suave, Pete quase pulou. Virando-se, ele tentou encontrar algo para dizer. — Senhor Saengtham? — Theerapanyakul estava franzindo a testa, com um vinco entre as sobrancelhas.

— Eu queria falar com você, senhor.

— Não é uma boa hora —  disse Theerapanyakul, abrindo seu escritório e indo para dentro.

Ele não fechou a porta atrás dele, e Pete hesitou, sem saber se ele podia segui-lo.
Vegas se sentou atrás de sua enorme mesa e ligou o computador.

— Eu não tenho o dia todo, Saengtham. — disse ele sem olhar para ele.

Pete entrou no escritório às pressas. Ele fechou a porta, caminhou até a mesa e parou. Ele olhou em volta, mas não havia muito para se olhar.

— Sim?

Pete se forçou a olhar para o outro homem. Theerapanyakul estava retribuindo com um toque de impaciência. Pete segurou o encosto da cadeira na frente dele.

— Como eu disse, eu queria falar sobre minhas notas.

Os lábios de Theerapanyakul pressionaram em uma linha fina.

— Eu não acho que há algo para falar. Eu não dou segundas chances para os alunos que não merecem. Você não se preocupou em assistir a maioria das minhas palestras, o seu desempenho é péssimo e agora você quer uma nota de aprovação? O aviso sobre o comparecimento às aulas é claramente indicada no programa de classe; os alunos devem ler com cuidado e devem se planejar para cumpri-lo. Francamente, estou surpreso que você é um estudante de bolsa de estudos. Se você está sobrecarregado com sua bolsa, tenho que dizer que a única coisa que você pode fazer é desistir.

— Eu não posso desistir da sua nota, isso é um co-requisito para outra matéria que estou atualmente tentando passar. Então, não posso desistir disso e perder a minha bolsa. Preciso mesmo de uma nota de aprovação, senhor.

O olhar que Theerapanyakul deu a ele não o impressionou.

— Você só pode culpar a si mesmo, Saengtham. Você não merece uma nota melhor. Sua presença, atribuições, a participação na classe, e as provas de teste tem sido abaixo das expectativas para o curso. Se você veio aqui para me contar alguma história triste e me implorar para ter uma nota melhor, poupe a respiração. Eu já ouvi tudo isso: mães doentes e idosos, crianças pequenas para cuidar, trabalhando em três empregos e assim por diante. Se você não pode ou não quer estudar e aprender, faça a nós dois um favor: pare de perder o seu e o meu tempo e caia fora da faculdade.

O coração de Pete quebrou. Uma parte dele esperava que Theerapanyakul teria pena dele, se ele lhe contou sobre a sua situação e sobre suas atribuições atarde. Mas, aparentemente, Vegas não se importava e não queria ouvir “historias de choradeiras”.

A mandíbula de Pete apertou.

Seu orgulho lhe pediu para virar e ir embora, mas ele não podia. Ele não podia perder a bolsa de estudos. Suas irmãs dependiam dele.

De repente, ele se lembrou do conselho ridículo de Porsche: “Dizem que o professor Theerapanyakul tem uma queda por garotos bonitos” e “Eu só estou dizendo que você pode jogar um charme sem fazer nada com ele”.

perverso × vegaspeteWhere stories live. Discover now