capítulo dez

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Pete passou algumas horas brincando com Emily e Bee após o jantar. Quando as gêmeas ficaram finalmente exaustas e adormeceram, ele voltou para o seu quarto.

Estava vazio.

Não tendo certeza se estava aliviado ou decepcionado, Pete pegou roupas frescas e tomou um longo banho. Ele ficou por um tempo com a água derramando sobre seu corpo nu e pensou no fato de que ele estava indo dividir a cama com Theerapanyakul.

A noite toda.

Pete olhou para seu pau semi-duro e suspirou. Isso era muito confuso. Theerapanyakul era um homem. Ele era um idiota. Ele não poderia ficar animado sobre compartilhar a cama com outro cara.

Irritado com o seu corpo, Pete se enxugou, vestiu as peças e adentrou o quarto. No início, ele pensou que Theerapanyakul ainda não estava lá, mas avistou uma figura alta na varanda.

Lentamente, Pete fez o seu caminho em direção à porta, passando sobre ela e saindo para a noite. Quando o ar frio o encontrou, ele tremeu um pouco e passou os braços em torno de si para se manter aquecido. Ainda era bastante quente para novembro, mas não quente o suficiente para uma roupa fina.

Vegas tinha um cigarro na mão. Ele não virou a cabeça. Pete inclinou-se contra as grades da varanda, imitando a postura de Theerapanyakul.

— Você sabe se ele está mesmo doente?

Ele percebeu o enrijecimento sutil dos ombros de Theerapanyakul só porque
ele estava observando atentamente.

— Sim. — Theerapanyakul disse sem emoção. — Ele está morrendo.

Pete não podia dizer que estava surpreso.

— Sinto muito.

Dando de ombros, Theerapanyakul deu uma longa tragada no cigarro.

— Não resta amor algum entre nós. — Pete olhou para a lua quando ela espiou para fora das nuvens.

— Quando meus pais morreram, eles deixaram dívidas enormes. A casa teve de ser vendida para pagar os credores, e eu acabei sem-teto, sendo menor de idade e com duas crianças para cuidar. Às vezes, eu os odeio. Por morrerem, por serem tão irresponsáveis e me colocar nessa posição difícil. — Ele sentiu a garganta engrossar e teve que engolir o caroço. Respirando o ar da noite clara, ele inclinou o rosto para cima, para sentir a brisa escovar através de sua pele. — Mas eu sinto falta deles. Pra caralho. — Theerapanyakul não disse nada. Em algum lugar distante, uma coruja piou. — Ele é o seu pai — disse Pete.

Theerapanyakul apagou o cigarro.

— Eu não trouxe você aqui para que possa me palestrar sobre a importância da família. — Sua voz foi cortada. Irritada.

— Não. Você me trouxe aqui para irritar seu pai e provar seu ponto. Você não acha que é mesquinho e desagradável?

— Ele não é vítima. Morrer não faz dele menos de um pedaço de merda.

— Não faz — Pete concordou.

— E você não sabe nada sobre o nosso relacionamento.

— Você tem razão: eu não sei nada. Nós já estabelecemos que eu sou apenas um garoto muito burro.

Theerapanyakul se virou para ele. Pete podia sentir o calor de seu olhar, mesmo no escuro.

— Você é incrivelmente irritante — disse Theerapanyakul antes de puxar Pete com ele e esmagar seus lábios. Vários minutos mais tarde, Pete abriu os olhos desnorteado.

— Isso é irritante também. Você está usando a minha coisa de fixação oral contra mim.

Vegas o beijou de novo, e tudo ficou tonto, quente e avassalador. Algum tempo depois não identificável, Pete abriu os olhos novamente e se encontrou deitado na cama. Nu. E tinha Theerapanyakul chupando seu mamilo.

perverso × vegaspeteOnde histórias criam vida. Descubra agora