Vinte e oito

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Maraísa

Acordo com um peso em minha cintura. O corpo se move ao meu lado, me fazendo abrir os olhos devagar.

Marcela dorme com a cabeça encostada em meu ombro. Enquanto uma boa parte de seus cabelos loiros estão jogados em seu rosto. Sua pele exposta tem algumas marcas deixadas por mim. Me lembro perfeitamente da noite passada. Das taças de vinho, dos beijos trocados, e do sexo

- Sexo - Massageio minhas têmporas. O sexo foi bom, muito bom, mas agora tinha as consequências. Por mais que lembre que Marcela disse que seria apenas sexo, nós tínhamos que conversar

- Se forçar mais um pouco essa cabecinha, ela irá explodir - Diz a voz arrastada da italiana ao meu lado

Solto uma risada contida. Marcela, era uma pessoa incrível, e não gostaria que a noite de sexo entre a gente atrapalhasse nossa amizade.

- Bom dia! - Beijo sua bochecha - Dormiu bem?

Nós duas ficamos olhando para o teto, com as mãos entrelaçadas em cima da barriga.

- Muito bem - Morde o lábio - E eu imagino o que se passa nessa linda cabecinha - Seu indicador tocou a ponta de meu nariz - Foi apenas sexo, e foi o melhor. Ainda somos grandes amigas, Máh

- Sim. Ainda somos grandes amigas - Repito me sentindo mais aliviada por ouvir aquilo

Enfim, depois de muitas risadas, Marcela e eu descemos para o café da manhã. Noemy, tinha feito um banquete. Tinha o dobro de comidas que costumávamos ter em nossa mesa na parte da manhã. Talvez ela soubesse que Marcela estivesse comigo no segundo andar.

Achei estranho de minha cria não estar na mesa, e nem noemy. Elas sempre são as primeiras a acordar aos sábados.

Parada ao meu lado, Mc Gowan coloca a mão em minha cintura e leva uma uva verde aos meus lábios. Enquanto mordo a uva, a italiana deixa um demorado beijo no canto dos meus lábios.

- Mamãe, temos visita - Theo coça a garganta chamando nossa atenção

Fico surpresa ao ver Marília Mendonça ali parada. A loira parece um pouco incomodada com a presença de Marcela. Que aliás está atrás de mim, com uma camiseta um pouco maior que ela, e um short que mal aparece por conta da camiseta. As peças são minhas aliás

- Hum. Lila, não sabia que estava aqui - Sorrio lhe dando um rápido abraço

- Theo me convidou essa manhã. Pensei que você soubesse.

E automaticamente todos olham para Theo. Minha cria da de ombros, e diz:

- Vamos comer. Estou com uma fominha - Esfrega a barriga

[...]

Não posso negar que o café da manhã foi um tanto desconfortável. Marcela, e Marília pareciam que não se davam bem, eu tentava deixar as duas confortáveis, e dar atenção igualmente a elas. Theo, e Noemy se divertiam na barra justa que eu estava.

Logo após o café, Marcela se despediu, pois a italiana tinha uma cliente para atender em poucas horas. Restando apenas Marília e eu, que nos sentamos próximas a piscina. A loira parecia incomodada com alguma coisa

- Posso te perguntar uma coisa? - Pergunta por fim

- Claro. Nem precisa pedir

- Você, e Marcela estão juntas? As roupas que ela estava eram suas né? - Seus olhos verdes olham para todos os lados, menos para mim, que tenho os olhos presos nela

- Nós não estamos juntas. E sim aquelas roupas são minhas - Ela brinca com os dedos da mão - Eu vou ser sincera contigo, Lila

Respiro fundo, pois eu sei que isso que vou dizer agora pode magoá-la, mas eu tenho que ser sincera. Odeio deixar tudo para depois, quando posso fazer agora.

- Ontem, eu e Marcela acabamos dormindo juntas. Bom, nós transamos

Sinto o meu coração se apertar quando vejo lágrimas desceram pelas bochechas da loira.

- Não chore, Lila. Eu não gosto de te ver assim

- Não, tudo bem. É só que... - Ela passa a mão no rosto - Dói saber que alguém te tocou, e essa pessoa não era eu. Me desculpe por ficar tão chateada. Você é solteira, e sabe o que faz

Me ajoelho entre as suas pernas. Passo meu dedo por debaixo de seus olhos secando suas lágrimas.

- Só não fique assim por minha causa, ok? - Beijo a ponta de seu nariz avermelhado. E a abraço fortemente sentindo o cheiro que tanto amo de seu corpo. Os braços de Marília rodeiam os meus ombros, posso ouvir ela fungar em meus cabelos.

Eu realmente não sabia o que fazer, era uma situação complicada. E vê-la tão vulnerável me doía.

RecomeçoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt