Vinte e nove

476 64 10
                                    

                               Marília

Por escolhas erradas minhas, eu estava colhendo o que plantei. Eu só precisava reconquista-la. E mostrar a ela que ainda a amo. Eu não entregaria minha mulher de mão beijada para outra.

Quando tive minha conversa com a Máh, sobre querer sair mais, e fazer coisas que eu nunca tinha feito antes, não esperava que resultaria em um término. Eu aceitei aquilo. Dancei, bebi, ri e flertei. Mas eu não tinha algo - ou alguém - que eu sempre tive ao meu lado quando vim para Seattle. Maraísa Pereira. Então tudo se perdeu o sentido. Mas infelizmente já era tarde demais. E tudo só piorou quando a tal de Marcela apareceu.

Hoje pela manhã quando a vi lá, tudo doeu em mim. Sentir ciúmes, foi inevitável. Afinal elas sempre estavam juntas. E vê-la com as roupas de minha Máh, não gostei nadinha, e ao descobrir que elas transaram foi o estopim para a minha angústia. Eu sei que ela é solteira, mas dói saber que tocaram o que um dia foi seu, e que você ainda deseja.

Quando cheguei em casa, a primeira coisa que eu fiz foi tomar um banho quente. O meu corpo doía. E o meu peito estava apertado, e chorar foi inevitável.

Os dias foram se passando, e eu ainda lutava para reconquistar a minha ex-namorada. Em um domingo de almoço na casa da morena, Maraísa e eu conversamos. Foi uma tarde de conversa produtiva.

O assunto foi "Quando vamos nos dar outra chance". Ambas sabíamos que ainda nos amávamos, e que a tensão sexual entre nós era evidente. Decidimos que iríamos devagar dessa vez. E qualquer coisa que não estivesse nos agradando sentariamos e conversávamos

Hoje, e agora por exemplo estávamos todos sentados na área de lazer da casa de Pereira. Era um feriado ensolarado em Seattle - coisa rara - Eu, Maraísa e alguns amigos estávamos aproveitando na beira da piscina. Eu tentava controlar o meu ciúmes todas as vezes que via Marcela se encostando em minha namorada. Essa cena estava me deixando desconfortável. Eu aceito a amizade das duas, porém tem que haver um limite.

Ajeito o pequeno Max em meus braços, e me levanto do puff que eu estava. Com um pequeno aceno de cabeça, chamo Maraísa até a cozinha.

Encostada na bancada, enquanto espero Máh, Max brinca com o meu cabelo enquanto resmunga algumas palavras.

Maiara estava no hospital, Máh e eu estávamos cuidando do bebê.

- O que foi?

- Eu não quero parecer uma namorada ciumenta. Mas tem que haver um limite entre você, e a sua amiguinha - Digo da maneira mais calma possível - Sem necessidades dela ficar te tocando

Maraísa tem um pequeno sorriso nos lábios, se divertindo com o meu ciúmes. Ela bica nossos lábios, e se afasta quando Max me agarra pelo pescoço

- Ela é a minha namorada rapazinho - Brinca passando a mão nas costas de Maxwell - Você quer roubá-la de mim. Hum?

- Amor, estou falando com você - Falei séria chamando a sua atenção

- E eu escutei, amor - Seus dedos fazem um carinho na maça de meu rosto - Eu vou falar com ela depois. Mas esse é o jeito dela mesmo.

- Ta, segura seu filho. Eu vou lá em cima olhar as crianças - Brinquei passando o pequeno Henrique-Sonza

- Marília, pare de ser uma mãe ciumenta. - Eu sorrio fingindo não entender o que ela estava dizendo - Milly está na idade da paquera, nada além disso. Ela não fará nada de errado

Apenas encurtei o pequeno espaço que restava entre a gente, e suguei o seu lábio. Sua mão livre me puxou pela cintura colando nossos corpos, enquanto minhas unhas arranhavam sua nuca. E Max estava sonolento demais para atrapalhar o nosso beijo

Agora eu podia respirar em paz. Eu estava nos braços de quem eu amo. Nos braços que eu nunca deveria ter saído.

RecomeçoWhere stories live. Discover now