19- the view will Thomas Genny.

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—Eita, não está tão animada como ontem a noite.— Daniela diz ao me ver de cara lavada.

—Digamos que hoje não será um dia tão bom como foi ontem, afinal de contas, é Segunda-feira.

—Acho que vou mandar ele te beijar de novo! Não te via feliz daquele jeito a décadas!

—Cala a boca, e você não me vê a décadas! Esqueceu que você mora no Brasil? Acho que sim, porque estava fazendo da minha casa a sua!— digo tentando irrita-la.

—Ok, reclamona! E o que vai fazer hoje?

—Falar com Thomas Genny.

—Jura? O... Thomas? O que vai fazer com ele?

—Ele já está sentenciado, a audição foi ontem. Não me importo quanto tempo ele vá ficar lá, mas sei que a fiança é mais do que pode pagar.

—Isso é ótimo.

—Até de mais.— digo pegando as minhas coisas e vou até a delegacia.

—Bom dia senhor Patrick. —digo largando minhas coisas em cima da mesa.

—Bom dia Ana. Como está o ombro?

—Muito bom na verdade. — digo movimentando o mesmo.

—E onde ele está?— digo me referindo a Thomas. Patrick só aponta para porta atrás dele sí onde era a sala de interrogatório.

Entro na sala e Thomas está sentado algemado de cabeça baixa.
Me sentei do lado inverso da mesa e o olho com cautela.

Havia dois guardas um em cada lado nas laterais da sala. Aquilo me tranquilizava.

—Não é todo o dia que se  para na frente do assassino do seu pai, e do homem que falhou a tentar ser o seu assassino também...— digo e ele ri.

—Eu nunca quis te matar Ana. Eu só não queria te dar o gosto da minha prisão. Aliás, seu braço está muito bom para ter sido baleado em tanto pouco tempo.

—Uma pena que não possa se salvar dessa... Não é mesmo? Ganny— digo com sarcasmo.

—Bom, até o próprio diabo paga seus pecados.

—Fez tudo isso com ciência do seu fim? Com a consciência limpa pois sabia que o dia de pagar pelos seus atos chegaria?—digo analisando a história doentio que aquilo apresentara.

—Sim senhora, Tompson. A senhora também vai pagar por tudo que fez, um dia.

—Saiba que estou com a consciência bem limpa, senhor Genny.

—Eu não diria o mesmo se fosse você.

Eu entendia seu joguinho. Ele queria que eu me sentisse culpada por algo. Aquilo não iria funcionar. Seu lado cleptomaniaco não consistia em apenas  furto e sim em desitabilização emocional, bajulação.
O homem teria o merecido em algumas horas.

Saio da sala e sento na minha mesa e passo a rever a papelada.

O tempo vai se passando e vejo a Xerife chegar. Provavelmente levaria Thomas ao seu devido lugar.

—Para onde ele será levado? — pergunto a ela.

—Para um lugar que não precisaremos nos preocupar. Califórnia.

—Vai manda-lo para os Estados Unidos? Um maluco psicopata?

—Sabemos o que estamos fazendo senhora Ana.

...

O dia passa sem caso nenhum, apenas mais e mais papeladas.

Quando acaba meu expediente vou em direção a rua e avisto um carro conhecido. Checo a placa e tiro minhas próprias conclusões.

—Eu não acredito— digo a mim mesma.

Me aproximo do carro e olho na janela do passageiro. O vidro abaixa e vejo o sorriso sem dentes do motorista.

—Fica bastante elegante de toca, sabia?—digo encarando nada mais nada menos que Erling Haaland.

—Muito obrigado. Sabe... Ontem foi um dia extremamente divertido. E eu gostaria de repeti-lo. Então... Gostaria de jantar comigo? — ele diz fazendo uma cara de cachorro sem dono.

Dou um sorriso, me esforçando para que não mostre meus dentes, eu estava totalmente sem graça.

Erling, por que está fazendo isso?

—Ana, eu não vou mais esconder. Não diga que o que tivemos ontem tenha sido momentâneo. Ou foi?— ele disse parecendo preocupado com minha resposta.

—Não, não foi. —digo corando ao saber que ele realmente se importou com o ocorrido.

—Eu aceito — digo finalmente e ele faz um pequeno gesto de comemoração que me faz rir.— Mas eu preciso ir para casa antes.

—Claro, vamos lá! — ele disse abrindo a porta do carro e me olhando com um sorriso que me dava vontade de encara-lo até o fim dos tempos.




𝕋𝕙𝕖 ℙ𝕖𝕣𝕗𝕖𝕔𝕥 ℂ𝕙𝕒𝕠𝕤- 𝔼𝕣𝕝𝕚𝕟𝕘 ℍ𝕒𝕒𝕝𝕒𝕟𝕕  Where stories live. Discover now