54- welcome Mateo.

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As luzes foscas passaram a se tornarem menos turvas ao ponto em que meus olhos iam se abrindo. As luzes claras e as paredes enjoativamente brancas, foram se ajustando a minha visão.

Olho para os lados e vejo o médicos que pareciam focados no que faziam. Máscaras cobriam seus rostos e toucas seus cabelos.

Ainda sem forças, olho para baixo e sinto a ausência do que mais me incomodou nos últimos dias.

Onde está Mateo?

Sinto um pouco de dor na tentativa de levantar, mas fracasso com letras maiúsculas. Uma médica ve meus movimentos e vem de encontro a mim.

—Ana, querida. Não se mexa muito. Está sensível ainda...

—Meu filho... Mateo? Cadê ele? Haaland? Onde... Onde eles estão? — minha voz era fraca e minha cabeça girava procurando pelos meus garotos.

—Fica tranquila, mãe. Erling está com o bebê na sala ao lado. A criança nasceu saudável, com incriveis 4,2 kg... Faz mais ou menos 17 minutos desde o nascimento... Lembra-se de Algo?

—De nada... Como pode?

—Você falou conosco na hora da cesária... Acho que ainda está um pouco dosada, querida... Já será liberada... E poderá ver seu filho e seu Marido, e não se preocupe, as memórias podem voltar.

—Meu noivo e meu filho... Existe coisa melhor? — pergunto a doutora sorrindo ao imaginar minha nova vida. Meu filho, um amor que criei em vida, e Erling, o amor da minha vida.

—Creio que não. A família é tudo para nós. — ela diz acariciando minha cabeça.

...

O tempo se passou e ligo eu estava liberada em uma cadeira de rodas devido aos pontos frágeis da cesária.

Ao ser levada pela a enfermeira ao quarto ao lado. Me deparo com Erling. E em seus braços, uma pequena criança. Não tão pequena quanto deveria, mas ao lado do pai, seu tamanho era distorcido.

Um belo garotinho de pele bastante clara e cabelos ralos louros, que a distância pareciam invisíveis. Seus olhos era de cor indecifrável, vezes azul, vezes verde. Iguais aos do pai.
Seus lábios carnudos, que finalmente, remeteram a mãe.

Seus traços eram descrições perfeitas de Erling Haaland.
Nosso pequeno Mateo.

Seja bem vindo, meu amor.

———

Haaland esboça um enorme sorriso me ver entrando pela a porta.

A enfermeira me leva até o seu lado para que eu pudesse finalmente apreciar o bebê.

—Lamento lhe informar, amor... Acho que teria sido mais fácil se eu tivesse o filho sozinho, você sofreu a toa... O muleque é minha cara!

—Ta vendo seu safadinho? Mamãe te carrega 9 meses dentro da barriga para o senhor nascer com a cara do seu pai? Seu sapequinha. —Digo acariciando a bochecha do neném.

—Como você está meu amor? — Haaland pergunta.

—Bem. Não sinto dores, apenas lamentações... Não consigo me lembrar do parto. A doutora disse que pode ter sido o medicamento. Mas as memórias poderiam voltar.

—Isso é ótimo meu bem, as memórias voltarão. Mateo já foi vacinado. Acho que podíamos ir para casa, não?

—Por favor. Preciso descansar. E tirar essa roupa de hospital, já está me agoniando.



𝕋𝕙𝕖 ℙ𝕖𝕣𝕗𝕖𝕔𝕥 ℂ𝕙𝕒𝕠𝕤- 𝔼𝕣𝕝𝕚𝕟𝕘 ℍ𝕒𝕒𝕝𝕒𝕟𝕕  Onde histórias criam vida. Descubra agora