O escurecimento de sua alma

Capítulo 17

Naquela noite, Harry dormiu profundamente e teve o sonho mais incrível. Ele estava envolto dentro de um corpo quente e forte, mas não estava sozinho. Juntos, eles deslizaram dentro de um banho quente, vapor subindo ao redor deles enquanto o cheiro de limão e cedro invadia seus sentidos. Eles beberam um copo de uísque e aqueceu sua boca e queimou sua garganta e o sabor esfumaçado fez cócegas em seu nariz. E Harry não conseguia se lembrar de ter se sentido tão inteiro ou tão completo antes. Era como se ele estivesse perdendo metade de si mesmo, mas não tivesse percebido até que ele se juntou a essa parte que faltava e finalmente sabia o que era ser um novamente.

"Harry, é você?" A voz era suave e profunda e Harry queria se enrolar em torno dela. "Você está sonhando, minha querida? Então talvez sonhemos juntos." Eles deslizaram para dentro de uma grande cama com cobertores grossos enquanto um fogo queimava na lareira, e logo eles estavam deslizando por diferentes cenas juntos, alguns familiares a Harry e alguns totalmente estranhos, mas era tudo pacífico porque ele sabia que não estava sozinho.

Quando acordou de manhã, Harry sentiu uma pontada no peito com a perda daquela sensação quente e segura de completude. De repente, ele estava completamente sozinho e consciente disso. Isso foi até que seus sentidos retornaram e ele percebeu que deve ter compartilhado sua mente, sua alma com Voldemort na noite passada.

Não, não Voldemort mais, Harry lembrou a si mesmo. Voldemort estava morto e desaparecido e nunca mais voltou.

Era só Tom agora. Thomas Gaunt.

No entanto, Harry tinha certeza quando acordou completamente que ele havia se conectado com Tom enquanto ele dormia. E tinha sido a coisa mais incrível que Harry já tinha sentido. Tão incrível, até, que Harry ficou um pouco envergonhado de falar sobre isso mais tarde naquela noite durante um de seus bate-papos no espelho. Mas ele o faria, envergonhado ou não. Era importante entender sua conexão, especialmente agora que ela havia retornado tão inesperadamente.

Desde que Harry se viu de volta ao seu corpo de onze anos de idade, sua cicatriz não tinha dado tanto quanto uma espiada. Sem dor, sem formigamentos, sem visões de qualquer tipo. Nada. E então Tom recuperou seu corpo e sua alma completa encontrou um lar permanente novamente e, de repente, sua conexão voltou com uma vingança.

Então, novamente, quando Harry pensou em sua primeira vida, sua cicatriz também não o incomodou tanto até Voldemort recuperar seu corpo em seu quarto ano. Esporadicamente, ele teve curtos ataques de dor quando o raio de Voldemort estava por perto ou se sentindo particularmente assassino. Quando Voldemort habitou um homúnculo, as visões em seu sono começaram, mas ainda apenas em algumas raras ocasiões. E então Voldemort ressuscitou e as dores de cabeça e o derretimento da mente realmente começaram.

Parecia que na segunda vez algo semelhante estava acontecendo, exceto que seus sentimentos um pelo outro não eram assassinos. Muito pelo contrário, então sua conexão agora estava dando prazer em vez de dor.

E sim, Harry estava definitivamente um pouco envergonhado com esse novo fenômeno, se o blush que ele sentia aquecendo suas bochechas fosse alguma indicação. Ele ainda precisava discutir isso com Tom naquela noite, já que uma conexão que acabou de se abrir do nada, não importa o quão prazerosa fosse, poderia ser terrivelmente perturbadora, para não mencionar dar o jogo. Harry queria causar a Dumbledore muitas dúvidas sobre sua alma compartilhada com Voldemort, começando por negar completamente que ele já havia sentido o homem através de sua cicatriz. E ele planejava manter isso, não importa o que acontecesse, mas isso significava que ele precisava controlar a conexão deles, ou então ele poderia simplesmente se entregar.

"Manhã", disse Blaise quando Harry abriu as cortinas e pulou da cama. Blaise estava apenas trocando de pijama. "Você entrou tarde ontem à noite. Tenho certeza de que Snape estava aqui procurando por você em algum momento.