O escurecimento de sua alma

Capítulo 42

Harry caminhou pela sala de estar de sua suíte, esfregando o rosto com um lenço encharcado que ele havia conjurado cerca de um litro de lágrimas atrás. Ele não tinha certeza de quanto tempo atrás Tom havia chegado e o enviado da sala da família para que ele pudesse colocar Sirius de volta aos direitos, mas Harry, para sua vergonha eterna, explodiu em lágrimas histéricas no momento em que viu Tom entrar.

Harry não tinha certeza de que já havia se sentido tão aliviado quanto quando sua alma gêmea veio em seu socorro, especialmente porque sua mente continuava criando cenários de horror enquanto esperava a cavalaria chegar. E se Sirius tivesse conseguido arrastá-lo para Dumbledore? E se Dumbledore tivesse forçado seu caminho para a mente de Harry, ou simplesmente esvaziado metade de um frasco de veritaserum na garganta de Harry. Tudo teria sido perdido e Dumbledore provavelmente teria imediatamente eliminado Harry ali mesmo e depois que ele extraiu todas as informações úteis dele sobre como derrotar Tom.

E não importa que Harry soubesse que ele era essencialmente imortal, assim como Tom, e Tom nem tinha mais horcruxes para Dumbledore destruir, os cenários que sua mente criou se assemelhavam muito aos piores pesadelos de Harry naqueles dias.

Então, foi alguma surpresa que ele tivesse ficado um pouco chateado quando Tom atravessou a porta?

Harry cheirou e enxugou a mão em seu rosto. Ele tinha parado de chorar agora, finalmente, mas seu nariz ainda estava entupido e todo o seu rosto estava inchado, seus olhos especialmente.

Quanto tempo Tom precisou lidar com Sirius? Harry nem tinha certeza do que Tom estava fazendo exatamente, e ele não tinha certeza se ele realmente queria saber. Harry tinha certeza de que Tom não machucaria Sirius, mas ele também sabia que Tom provavelmente não estava sendo muito gentil enquanto se arrastava pela mente de Sirius.

Uma batida suave soou na porta do quarto e Harry parou de andar de uma só vez e olhou enquanto Tom entrava silenciosamente na suíte.

"É Sirius..." Harry não tinha certeza do que estava perguntando.

"Ele está dormindo graças a um charme simples. Ele vai acordar em algumas horas." Tom gesticulou para Harry se sentar em uma das cadeiras em frente à lareira.

Harry não queria nada mais do que se jogar em Tom e abraçá-lo até o fim dos tempos, mas a expressão de Tom era guardada e calculista e Harry não achava que era o momento de testar seus novos limites físicos, quaisquer que fossem. Então ele se sentou com um pequeno suspiro e olhou para Tom em silêncio, esperando que sua alma gêmea explicasse o que estava acontecendo sem muita inspiração, porque a mente de Harry ainda estava em tumulto e provavelmente ainda não era capaz de formar muitas frases coerentes.

"Uma pequena palavra de conselho", Tom finalmente disse enquanto se sentava em uma cadeira em frente a Harry. "Peça às pessoas que assinem o contrato de sigilo antes que você derrame seus segredos mais profundos e sombrios." Tom segurou brevemente o contrato de sigilo assinado em sua mão antes de guardá-lo em suas calças.

"Er..." Harry fechou a boca enquanto suas bochechas queimavam, sentindo-se muito tolo, de fato, ele não tinha pensado nisso. Isso o teria poupado de algum pânico genuíno, para não mencionar se ele tivesse feito isso e Sirius tivesse conseguido arrastá-lo diante de Dumbledore, ele não teria sido capaz de realmente dizer por que ele estava lá ou o que ele descobriu sobre Harry e Voldemort.

"Às vezes eu esqueço o quão jovem você realmente é", disse Tom, a expressão relaxando em um sorriso carinhoso enquanto seus olhos enrugavam de diversão.

Harry bufou em súbita irritação. "Na verdade, não tenho onze anos."

"Eu sei, minha querida. Mas você tem apenas dezoito anos", Tom ergueu a mão quando Harry começou a protestar: "Sim, eu sei que você é tecnicamente um adulto, mas tome de alguém que é apenas alguns anos mais velho do que você que você ainda é muito jovem e ainda tem muito a aprender sobre a vida".