O escurecimento de sua alma

Capítulo 19

Era um tipo sutil de tortura, Harry decidiu, ser capaz de andar junto com Tom, mas não senti-lo. Harry estava preso em uma caixa de vidro, ou assim se sentia. Ele viu através dos olhos de Tom, mas não conseguia sentir sua alma gêmea e era enlouquecedor estar tão perto e não ser completo.

Tom estava tendo sentimentos semelhantes, se seu ritmo e rosnar fossem alguma indicação. Eles estavam de volta à sala de recepção da Mansão Riddle e Harry se perguntou quanto tempo havia passado.

"Algo aconteceu", Tom murmurou enquanto caminhava pela sala como um dragão enjaulado. Barty estava sentada em uma cadeira na mesa de café e Harry fez uma tomada dupla quando viu o novo rosto de Barty através dos olhos de Tom.

O cabelo loiro sujo de Barty era agora um castanho castanho rico, seus olhos lacrimejantes e azuis eram um cinza escuro, e até mesmo sua pele normalmente pálida tinha a menor tonalidade azeitona. A forma de seu nariz era diferente, um pouco mais pontiaguda em vez do nariz rombudo que ele tinha antes, e suas maçãs do rosto eram mais altas e os lábios um pouco mais cheios. Ele ainda parecia obviamente relacionado aos Crouches, mas nada que lembrasse especificamente Bartemius Crouch Jr. Em suma, ele parecia bom, e Harry ficou desapontado por não poder lhe dizer isso.

"Já se passaram 24 horas. O garoto provavelmente caiu de sua vassoura e está dormindo na ala do hospital", disse Barty, mas seu tom não era convincente e ele estava torcendo as mãos em seu colo.

"Se ele estivesse dormindo, eu o sentiria", Tom rosnou para Barty, que olhou para ele com os olhos arregalados. "E eu não posso senti-lo. Eu não o senti em vinte e quatro horas. Ele pode estar morto por tudo o que sabemos!" Tom chutou contra uma mesa lateral, enviando-a espalhando-se pelo chão. "Esse Quirrell explodido é inútil. Ele sabe que Harry é importante para nós, mas não envia notícias!"

"Se Harry estivesse morto, estaria nos jornais, tenho certeza", disse Barty, mas seu tom sugeriu que ele estava tentando se convencer disso ainda mais do que estava tentando convencer Tom. "Vou tentar o meu espelho novamente." Barty tirou seu espelho do bolso e o segurou contra sua Marca Negra para ativá-lo. Harry sabia que era inútil, já que seu próprio espelho estava trancado em seu porta-malas e Harry estava preso na mente de Tom e em nenhuma posição para respondê-lo.

"Precisamos de alguém no terreno em Hogwarts para proteger Harry. Ele é importante demais para perder." Tom parou de andar e passou a mão cansada pelo rosto. "Vou chamar Severo."

"Meu Senhor?" Barty olhou para Tom em choque, atrapalhando-se com o espelho em suas mãos e quase deixando-o cair. "Se você ligar para Snape, ele dirá a Dumbledore imediatamente que você retornou antes de responder à convocação. Eu pensei que concordamos que era da maior importância que o velho nunca tenha a confirmação de quem Thomas Gaunt realmente é."

Tom rosnou para Barty. "Eu sei, mas Harry pode estar morrendo ou morto! E eu não vou sentar na minha bunda e não fazer nada quando houver pessoas que eu possa chamar para agir."

Barty franziu os lábios, a testa franzida enquanto ele segurava um dedo. "Se enviarmos Winky para dizer a Snape que ele não pode deixar Dumbledore saber antes de você chamá-lo, pode funcionar para mantê-lo longe do velho tolo."

Tom parou por um momento e se virou para olhar para Barty. "Sim, isso pode funcionar. Envie Winky, peça-lhe que diga a Severo que se ele respirar uma palavra para Dumbledore sobre a próxima convocação, sua vida será perdida e então eu posso chamá-lo sem alertar o velho. E uma vez que Severo esteja aqui, ele fará um voto inquebrável ou morrerá."

"Isso vai funcionar", disse Barty com um sorriso e ele ligou para Winky para lhe dar instruções. Enquanto isso, Harry queria dizer a Tom que não havia necessidade de matar Snape, mas é claro que ele ainda estava preso nessa caixa de vidro metafórica para que ele só pudesse sentar e assistir. Winky se afastou e Tom retomou seu ritmo. Não mais do que cinco minutos depois, Winky voltou para a sala.