O escurecimento de sua alma

Capítulo 26

Tom sorriu quando fechou o espelho. Ele estava disposto a apostar um punhado de galeões que Harry não tinha ideia de por que ele respondeu da maneira que ele fez. Tom tinha experiência com as reações extremas das pessoas ao vê-lo em vários estágios de despir-se. Ele se lembrava com carinho do tempo reto quando um cabo de vassoura Abraxas se ajeitou em um poste de cama quando Tom saiu do banheiro apenas usando uma toalha andando baixa em seus quadris durante o quarto ano. Os hormônios estavam voando alto com todos eles, adolescentes que eram, e Tom havia experimentado como usar seu corpo para manipular aqueles ao seu redor. Abraxas passou a noite na ala do hospital enquanto Tom coletava alguns dados mais úteis para trabalhar.

Claro, desta vez ele não tinha falado propositadamente com Harry enquanto estava nu. Harry o pegou direto do chuveiro. Mas isso tornou os resultados não menos divertidos.

Tom continuou se vestindo enquanto pensava em sua pequena alma gêmea. Ele passou muito tempo pensando em Harry desde que ele se viu preso na parte de trás da cabeça de Quirrell pela segunda vez em sua existência. Desta vez, porém, ele tinha uma alma completa e os primeiros dias de retorno à vida foram talvez os dias mais confusos e aterrorizantes da longa vida de Tom. Dizer que ele sofreu com uma breve, mas avassaladora crise existencial foi dizer o mínimo. O pobre Quirrell deve ter tido mais do que algumas dores de cabeça antes de Tom cair em si e começar a planejar em vez de entrar em pânico enquanto questionava sua própria existência.

A questão era, no entanto, que, para Tom, parecia que os últimos 50 anos não tinham realmente acontecido. Ou melhor, que eles aconteceram com outra pessoa e Tom de alguma forma ficou preso às memórias dessa pessoa. Desde que ele violentamente rasgou sua alma, não era mais Tom quem tinha vivido sua vida. A criatura Voldemort era apenas isso... uma criatura que se tornou cada vez mais um monstro, deslizando cada vez mais fundo na insanidade quanto mais ele rasgava sua alma.

Tom teve dificuldade em chegar a um acordo com o que sua vida havia se tornado, tudo por causa de um estímulo da decisão do momento que ele havia tomado quando ainda era criança. Alimentado pelo medo e arrogância, Tom decidiu perseguir a imortalidade da única maneira que sabia, através de um ritual sobre o qual havia lido em um único livro.

Merlin, que tolo ele tinha sido. E que preço ele pagou. Intelectualmente, ele sabia que tinha feito todas aquelas coisas horripilantes. Assassinou centenas, torturou talvez dez vezes mais. Escravizou e humilhou aqueles que ele uma vez chamou de amigos. Perseguiu uma agenda que teria visto o mundo bruxo destruído.

Sim, Tom sabia que tinha feito todas essas coisas, tinha as memórias de realizar cada ato sujo, mas emocionalmente Tom não conseguia compreender o que ele se tornaria. Não importa o que tolos justos como Dumbledore afirmassem, Tom não tinha nascido um monstro. Sua infância o moldou em uma criança dura e engenhosa, acostumada a lutar por cada pedaço de qualquer coisa, disposta a mentir, trapacear e machucar os outros para progredir na vida. Mas esse foi o resultado de sua educação em sua maior parte. Tom não estava sem coração. Tom tinha emoções normais e humanas. Tom se importava.

E então Tom rasgou sua alma e Voldemort nasceu e cinquenta anos depois Tom se viu preso na parte de trás da cabeça de alguém porque seu inimigo profetizado decidiu por alguma razão inexplicável que Tom merecia uma segunda chance.

Alguns dias, Tom percebeu que sua crise existencial estava longe de terminar. Nunca em um milhão de anos ele esperava fazer sua vida de novo. Depois que ele caiu em si o suficiente para perceber que precisava sair da cabeça de Quirrell o mais rápido possível, ele percebeu que precisava de alguém competente em quem pudesse confiar para ajudá-lo a iniciar o processo de eventualmente recuperar um corpo humano.

Quirrell tinha sido capaz de pegar Crouch Sr de surpresa fora de sua própria casa, atordoá-lo nas costas e dosá-lo com um veneno indetectável que ele havia pego em Knockturn Alley horas antes. Tom havia avisado Quirrell para não confrontar Crouch Sr de qualquer maneira, forma ou forma, já que Crouch Sr era um dualista talentoso e limparia o chão com Quirrell se tivesse a chance. E Tom não tinha nenhum desejo de acabar como um espécime interessante para experimentar nas entranhas do Departamento de Mistérios. Felizmente, Quirrell conseguiu se desfazer de Crouch Sr sem qualquer problema e Barty foi libertada. Barty levou uma semana ou duas para recuperar a maior parte de sua personalidade depois de ter passado anos sob a maldição de Imperius, mas desde o início ele reconheceu seu Senhor e prometeu fazer o que seu Senhor precisasse dele.