Aurora e Isabella - Bella - são gêmeas e acabam indo passar um tempo em Forks, morando com o seu pai nesse período. O que as duas não sabiam era que as suas vidas iam mudar bruscamente.
Aurora sempre foi aquela menina que não ligava para nada, a nã...
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AURORA — parte I
A sensação de solidão é uma coisa estranha.
Ela se arrasta até você, de uma forma silenciosa e tranquila, senta-se ao seu lado no escuro, acaricia seu cabelo enquanto você tenta dormir com aqueles pensamentos conflituosos. Ela se aproxima até se fundir em você, enlaçando-se nos seus ossos e, de forma repentina, te sufoca.
Ela é a reencarnação da dor, da traição e da farsa. Ela se arrasta até você e finge ser sua amiga enquanto acaricia seus cabelos, mas assim que você deixa ela entrar, pensando que é apenas uma brisa de felicidade, descobre o caos que ela pode causar dentro de você por trás das mentiras gravadas em seu coração.
Ela te faz duvidar de tudo, de você, dela própria. Te dá uma falsa idealização de liberdade, até estar prestes a abrir mão dela e perceber o quão preso está.
A solidão é uma velha amiga que fica do seu lado sempre, mostrando com ações e falando com convicção a sua tamanha insignificância para o outro.
A solidão é uma companheira amarga e, às vezes, ela simplesmente não larga.
Entreabrir meus olhos foi realmente uma luta grande, fazê-los se acostumarem com a claridade do lugar ainda pior. Mas então veio a dor pelo corpo inteiro, começando pela cabeça e terminando nos pés.
Aos poucos, fui me reencontrando nesse espaço de tempo. Eu estava deitada em algo frio e duro, com certeza era ferro. Braceletes resistentes prendiam meus braços e minha cintura, impossibilitando qualquer movimento além do necessário.
Quando a ideia de prisão se formou em minha mente, debati meu corpo apenas para confirmar o quão resistente era aquilo. Um incômodo em meu braço direito se faz presente e ao abaixar um pouquinho meus olhos, noto a agulha que transportava o meu sangue até uma bolsa feita exatamente para isso.
— Soube que a minha duplicata morreu por sua causa — a voz ressonou por toda a sala de concreto. Ergui mais uma vez meus olhos e tive que os acostumar a luz até conseguir distinguir uma figura parada no canto da sala. — Isso com certeza irá ser colocado na listinha de "Motivos para matar Aurora".
