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    Perco meu ar com a vista que é proporcionada à mim

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Perco meu ar com a vista que é proporcionada à mim. Jasper trouxe-me para o topo de uma das montanhas afastada da cidade.

Dizer que eu fiquei envergonhada— e com medo — de subir em suas costas é eufemismo. Mas ele passou confiança quando me lembrou que ele é um vampiro e sua força é extremamente desproporcional a de um humano.

Passei a viagem toda de olhos apertados e afixiando o ar que ele não precisava pelos meus braços em
volta de seu pescoço. Só soube que tínhamos chegado quando o vento parou e sua cabeça se moveu para trás. Seu hálito bateu contra a minha bochecha e eu me assustei.

Se estivéssemos em movimento, eu provavelmente teria caído, contando que eu dei um pulo para trás. Ele riu, eu acabei rindo de mim mesma, mas agora estou aqui, estupefata pela vista.

— Jasper, isso aqui é lindo demais — murmurei em um fiapo de voz, o sol começando a se pôr em nossa frente. — Como você descobriu esse lugar? — virei-me para ele, curiosa.

Para o meu azar, o vampiro deu de ombros e foi se sentar na ponta da montanha. Mais uma vez, fiquei acanhada sobre essa ação. E se eu caísse? E se a rocha se rompesse? É algo demais.

No final, contrariando os meus medos, eu me sentei ao seu lado. Se ele sentiu o meu terror, não demonstrou ao me entregar apenas o seu silêncio. Aproveitei o momento.

Quando achei que ele já tinha esquecido a minha pergunta, Jasper começa:

— Depois do lance de Port Angeles... — ele procura o meu olhar e eu o desvio — precisei pensar. Achei essa montanha escondida entre outras. É um lugar de paz. Um lugar que... limpa a minha mente.

Alguns minutos se passam desde sua confissão e com minhas mãos presas na ponta da rocha, deixo que minha cabeça tombe para olhá-lo.

Ofego ao ver o alaranjado do sol bater em seu rosto. Como não era a luz bruta e pura, ele não brilhava, mas em compensação, o alaranjado do sol marcava sua silhueta, deixando-o simetricamente impossível de não admirar.

Seus cachos loiros que batiam nos ombros voavam com a brisa do final da tarde. Jasper havia ficado extremamente atraente — mais — com aquele novo cabelo.

Meus olhos traidores descem até seus lábios rosados e finos, que estavam sendo maltratados por sua língua de cinco em cinco minutos. Me sinto uma idiota por sentir-me hipnotizada por aquela cena que se repetia.

Quando decido que seria melhor para mim erguer as minhas íris, bato de frente com as suas. Como as outras vezes, aqueles mesmos sentimentos atacaram o final do meu estômago e me deixaram impossibilitada de desviar.

Jasper era viciante. Tudo nele. E olhar em seus olhos, ficando perdida nas histórias que passam por eles, era apenas mais um dos vícios que lhe pegavam de jeito e não te soltava mais.

𝘼𝙎 𝙂𝙀𝙈𝙀𝘼𝙎 𝙎𝙒𝘼𝙉'𝙎 || 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒Where stories live. Discover now