maior amor nem mais estranho existe

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Sinto que se for me desculpar pela demora na postagem do capítulo, essas serão as notas de todos os capítulos, mas por hora: me desculpem pela demora em postar. 

Vocês que amam essa história (e sabem exatamente quem são): obrigada, obrigada, obrigada ❤

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Louco amor meu, que quando toca, fere

E quando fere vibra, mas prefere

Ferir a fenecer - e vive a esmo.

(Soneto do maior amor - Vinicius de Moraes) 


Ventava mais que o normal quando o advogado desceu do carro e foi caminhando até a praia, olhando o mar antes de procurar quem realmente queria ver. Não demorou muito para encontrá-la ali, sentada na areia da praia segurando os próprios joelhos, admirando o mar.

Ele era cursado em Heloísa Sampaio, sabia pela vez que algo estava errado, que alguma coisa estava fora do lugar. Considerando os acontecimentos dos últimos dias, não era difícil imaginar o que fosse. A cabeça dele estava uma completa bagunça também.

Se aproximou em silêncio, colocando as mãos no ombro dela, fazendo-a se assustar com o toque.

-Ai, Stenio! Pô, precisa chegar quieto desse jeito? – ela disse afastando a mão dele do próprio corpo, quanto menos contato físico, melhor.

- Desculpa, não quis te assustar – ele se defendeu rindo, sentando-se ao lado dela.

Ela olhou para ele com uma expressão enigmática no olhar. Não era raiva, mas também não sorria. Parecia confusa. Ela virou para a frente de novo, focando no oceano como se ele pudesse levar consigo o inevitável.

- Preciso pagar pra saber o que você tá pensando? – ele quebrou o silêncio, olhando a delegada.

- Antes você não precisava disso – ela ainda não tinha olhado pra ele.

- Muita coisa era diferente antes, Helô – ele disse melancólico Inclusive você.

-Eu? – ela disse surpresa, olhando para o ex-marido. Ela estava diferente? – Eu?

- Você pode não ter notado, mas tá – para ele a diferença era tão clara que era estranho pensar que ela não percebia.

- Que diferente o que, meu filho? – ela disse olhando ofendida, batendo no braço dele.

-Agora, ISSO foi um lampejo da Helô que eu conheço – ele comentou rindo – mas não é sempre que ela aparece.

- Você tá convivendo comigo faz nem um mês e quer dizer que sabe de alguma coisa? – Stenio era absurdo às vezes.

- A gente precisa de segundos um com o outro pra saber que algo mudou – e ele não mentia, sempre havia sido assim – mas me fala, por qual motivo minha presença foi solicitada em um canto tão especial como esse?

Ela olhou para ele ali, sentado na areia da praia de camisa social e terno na mão, provavelmente havia saído direto do escritório para encontrá-la. Quase esticou os braços em direção o cabelo que o vento agora bagunçava sem autorização. Só ela podia.

Mas desistiu.

- O que quer que esteja acontecendo entre a gente, precisa parar – ela olhava para baixo, sem coragem alguma de olhá-lo nos olhos.

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