The One

amor infinito

Ps: esse capítulo está indo levemente sem correção, então, perdoem por eventuais - que na verdade provavelmente são muitos - erros.

Mel e Gio, obrigada pelas opiniões nesse capítulo (e melzinha especialmente pela parte onde eu estava travada!). Amo vocês!

Clarinha, você é luz! E eu fico muito, muito feliz de ver você postando seus escritos dessa forma. Voe, meu bem. Você merece 🤍

Abraços, lou 🧡

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"mas eu ainda acho que o amor que constrói para a eternidade é o amor paixão, o mais precário, o mais perigoso, certamente o mais doloroso. Esse amor é o único que tem a dimensão do infinito". 

(Vinicius de Moraes, em entrevista à Clarice Lispector) 

— Essa sua viagem precisa acabar logo, eu vou perder o meu resto de sanidade mental se a gente não conversar de uma vez.

Maitê havia viajado por duas semanas para a Turquia, resolvendo questões da empresa e, é claro, aproveitando para dar alguns passeios pelo país. Mas no meio dessa ausência toda, a vida de Heloísa havia mudado drasticamente e não poder contar tudo para a melhor amiga estava, aos poucos, enlouquecendo a delegada.

— Calma, Heloísa! — a designer respondeu rindo do outro lado da linha — Eu chego amanhã e você me atualiza de tudo.

— E olha que tem coisa pra te atualizar, viu? — A delegada respondeu, girando na cadeira da delegacia.

— E pelo tom de voz são coisas boas? — Helô não respondeu, deixando apenas um riso baixo escapar — Doutora delegada, doutora delegada....

— Só.... — Helô começou a falar, mas Yone chegou com um suspeito para ser interrogado — Volta logo. Eu preciso desligar. Beijo, beijo.

Deixando Heloísa Sampaio de lado e assumindo a postura de delegada, ela desligou o telefone, estufou o peito e encarou o homem de frente.

— Tá pronto pra dar o depoimento?

***

Ela teria, ainda, um longo dia pela frente, e a única coisa que mantinha a perspectiva desse dia ser minimamente boa era o almoço na casa de Stenio. E não pelo almoço em si, já que nos últimos dias eles haviam partilhado infinitas refeições e momentos e sim no que aconteceria naquele almoço.

Helô sempre quis que Drika fosse a primeira a saber. Nessa nova ordem dos fatos, ela prezava a relação com a filha, valorizava e se em anos atrás ela tinha certa distância afetiva, hoje elas compartilhavam que de uma cumplicidade que havia surgido depois de muita luta. Pareceu certo ela e as crianças ouvirem antes.

Mas depois deles, precisava ser Creusa.

Muito da dinâmica deles havia mudado e os casamentos, as casas separadas e o fato de a maranhense agora ter família no Rio de Janeiro, havia prejudicado os esforços que, com certeza, existiriam por parte dela. Creusa, é claro, havia presenciado até mais do que deveria das brigas dela e de Rafael, a ausência da delegada na casa não passou despercebida.

Stenio resolveu tomar a frente e chamar a maranhense para trabalhar um dia na casa dele, esse dia. Hoje. Sem contar que a delegada iria aparecer para almoçar, ele apenas disse para Creusa que precisava de ajuda e ela nunca havia sido capaz de dizer "não" para o advogado. Sempre cúmplice, sempre a figura quase materna que unia esses dois.