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Leticia

Acordei sentindo um peso em mim, olhei e era o Rodrigues com o braço em volta de mim, tirei o braço dele e fui pro banheiro tomar banho. Depois de ter feito todas as minha higienes eu saí do banheiro, Rodrigues ainda dormindo, nem parece que é perturbado desse jeito.

Coloquei minha roupa, passei desodorante e perfume e coloquei meu tênis, comecei a guardar minhas coisas e tirei meu celular da tomada, colocando o carregador na mochila também.

— Faz menos barulho feia —Cobriu a cabeça.

— Bom dia pra você também, tchau filho, até qualquer hora —Ele me deu tchau com a mão e vi a Lúcia na cozinha.

— Bom dia querida.

— Bom dia tia, cheiro bom.

— Senta, toma um café comigo —Me sentei com ela e tomamos, o café dela é forte, não sou muito fã, mas tava bom.

Depois que terminamos de comer, ajudei ela com a bagunça e descemos a rua indo pra padaria.

Abrimos e ela foi fazer alguns pães, atendi alguns clientes, enquanto não chegava mais ninguém, fiquei na porta observando o pouco movimento que tinha ali, umas pessoas saindo pra trabalhar, outras bêbadas não caindo no meio da rua por pouco.

— Oh lá em casa —Olhei com nojo pro velho todo sujo que passava ali na frente e mostrei o dedo pra ele, que saiu rindo.

— Bom dia Lê.

— Bom dia Carol, essas horas acordada?

— Estudar né, passei aqui pra pegar uns pães de queijo.

Por um momento eu tinha esquecido que ela morava aqui perto, a padaria fica em lugar estratégico, como se fosse no centro da favela.

— Mais alguma coisa mortinha de fome?

— Só isso, quanto deu?

— 38 —Ela me deu o dinheiro, me deu tchau e saiu, nem parece que ela é novinha ainda e que estuda.

Ajudei a Lucia na cozinha como sempre e voltava pro balcão sempre que chegava alguém. Me irritei quando o sininho tocava sem parar, a pessoa nem respirava e ja tava batendo de novo, sai da cozinha puta da vida e olhei pro balcão.

— Que demora essa atendimento viu! Uma tartaruga é mais rápida.

— Ta cheio de gracinha né o filho da puta —Xinguei o Icaro.

— Ixi acordou com o pé esquerdo? —Olhei pra ele com cara de tédio— Quero um bolo de cenoura aí.

— 25 —Ele me pagou e saiu da padaria.

Hoje eu estava estressada, confesso, só não sei o motivo da raiva toda, passei o resto do dia trabalhando e dei graças a Deus quando deu minha hora, no casi hoje foi mais cedo por conta do toque de recolher, 17hr fechamos. Me despedi da Lucia e fui pra casa, chegando lá não tinha ninguém, tomei banho me troquei e desci pra procurar alguma coisa pra comer.

— Chegamos, e trouxemos pastel pra você —A tia é a salvação da barriga.

— Ufa, eu já tava indo fazer comida —Ela me entregou o pastel e me sentei no sofá colocando Drama Total.

Em Paraisópolis {Em Andamento}Onde histórias criam vida. Descubra agora