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Gabriel

To ligado que a Leticia ficou de conversa com o Rodrigues lá no baile, se ela pensa que eu não sei dos bagulho que acontece, ela está muito enganada.

Chegamos na minha casa, só esperei ela entrar pra começar a falar.

— Eu sei do bagulho que você fez —Ela se sentou no sofá e me olhou sem entender— Me olha com cara de desentendida não parceira.

— Tá falando do que doidão? —Ela riu.

— Só esperou eu dar as costas pra ir atrás de outro né não Leticia?

— Atrás de quem Gabriel? —Eu passei as mãos no rosto sem paciência.

— Rodrigues, Leticia, você deveria saber que nada passa despercebido de mim! Essa porra de comunidade é minha! Sei o que acontece e o que deixa de acontecer aqui dentro! —Falei com a voz alterada e ela com cara de assustada.

— Eu nem fiz nada cara, só conversei com ele, você sabe muito bem que nós dois somos amigos.

— Você não tem que ficar de papinho com amiguinho não —Fui em direção à ela que se levantou indo pra longe— Virou o que agora? Vagabunda? Piranha?

— Gabriel.. —Apontei o dedo na cara dela.

— Tá se envolvendo com bandido! Não é com playboyzinho não! Sabe que o corre aqui é outro não sabe? —Segurei o braço direito dela que me olhava assustada, com os olhos arregalados, não me importei com nada disso, eu ia abrir a boca de novo mas escutei a porta abrindo.

— Que isso? Gabriel solta ela —Escuto a voz da Carol atrás de mim mas não faço o que ela disse— GABRIEL.

— Sai daqui Carolina —Não tirei os olhos da Leticia, ela estava olhando pra minha irmã em um pedido de socorro.

— Bora cara, solta ela —Ela veio puxando meu braço pra soltar a Leticia, soltei dela— Você tá drogado? —Ela me olhou e subi as escadas.

O ódio estava me consumindo, não ia pagar de otário de novo, e não é uma patricinha qualquer que vai fazer isso comigo.

Entrei no banheiro indo para o box, ligando o registro do chuveiro deixando a água quente escorrer no meu corpo.

Quando saio do banheiro vejo a Carolina sentada na minha cama, de braços cruzados com uma cara de irritada, quando ela me olhou, os olhos dela tremiam de raiva.

— O que você acha que tava fazendo? —Ela se levantou ficando em pé na frente da cama e eu pegando roupas no armário.

— Oh Carolina, não vem querer defender a puta da sua amiga não —Ela não me respondeu e olhei pra ela, que me olhava sem entender— Não vou pagar de otário não caralho, quer viver de cachorrada, fica solteira!

— Do que você tá falando mano? Que cachorrada? —Ela descruzou os braços.

— Me falaram parceira, me falaram que só foi eu sair de lá que ela foi de papinho com outro.

— Que outro meu filho? Única coisa que ela fez foi conversar com o Rodrigues —Olhei pra ela confirmando com o olhar que era ele— Eu tava lá Gabriel! Ela não fez nada! A mãe também tava lá, você acha mesmo que ela faria uma coisa dessa? Ainda mais com a família dele presente?

— Demorô Carolina, sai daqui, quero papo não! —Ela bufou.

— Você vai se arrepender de ter feito isso com ela! Seu drogado! —Saiu do meu quarto batendo a porta.

Não quero ouvir nada de ninguém não, quero ficar suave na minha, fumar um aqui, ou dez, quero tirar essa porra da mente e ficar na paz olhando a vista que minha varanda me proporciona.

(...)

No outro dia acordei com o sol bem na minha cara, Carolina tava abrindo as cortinas da janela do meu quarto.

Minha cabeça tava explodindo.

— Qual foi Carolina, fecha isso! —Cobri a cabeça.

— O que você usou ontem?

— Nada! —Ela puxou o cobertor e me olhou.

— O que você usou caralho?

— Ei, o que tá acontecendo aqui? —Minha mãe apareceu, maravilha.

— Esse imbecil se entupiu de droga ontem e foi pra cima da Leticia!

— Por que você fez isso Gabriel? —Minha mãe sentou na cama e a Carolina encostou no guarda roupa.

— Eu nem sei do que você tá falando maluca! —Falei, eu não tava entendendo nada!

— Você pirou pra cima dela cara! Que te falaram que ela tava de papinho com o Rodrigues, você ameaçou ela Gabriel, você machucou o braço dela!

— Pelo amor de Deus, não é por que você é dono da comunidade que você tem que se entupir de droga e sair machucando mulher Gabriel!

— Ah caralho, não fode vocês duas, vazem aqui —Carol saiu me mostrando o dedo.

— Fala com essa menina filho, ela tava perto da gente o tempo inteiro! Ela não tem cara de que faria algo assim —Minha mãe saiu.

Que maluquice é essa parça? Que brisa torta é essa?

Fui ligar pra Leticia e ela recusou, duas vezes.

Mandei mensagem e ela não me respondeu, o bagulho foi de verdade?

Me levantei da cama e fui fazer minhas coisas, tomei banho, escovei os dentes, passei desodorante, os bagulho todo.

Coloquei uma camiseta, um short e desci as escadas, a Carolina não olhou pra minha cara

— Vou ali mãe —Peguei a chave da moto.

— Não! Vai comer primeiro! —Olhei no relógio, já era meio dia, sentei na mesa junto delas.

Minha mãe tinha feito macarrão e salsicha, tava bom pra caralho, tava com saudade da comida da minha coroa.

Depois de almoçar, subi pro banheiro e escovei os dentes de novo, saí rapidão de casa indo na Leticia.

Buzinei umas três vezes, Leticia apareceu na porta, quando ela me viu, ela foi fechando a porta e corri impedindo.

— Fala comigo parça —Ela se afastou de mim.

— Sai daqui Mp! —Olhei pro braço dela, tava marcado, ela percebeu que eu olhei e escondeu.

— Foi mal carai, eu nem lembro desses bagulho, Carolina chegou barulhando na minha mente, eu sem entender nada.

— Como que você não lembra? Você me chamou de tudo quanto é nome mano..

— Eu tava drogado Lê, desculpa —Fui chegar perto dela e ela saiu, dando um passo pra trás.

— Gabriel —Julia me chamou da escada, olhei pra ela e ela negou com a cabeça.

Em Paraisópolis {Em Andamento}Место, где живут истории. Откройте их для себя