GENERALIZAÇÃO

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Comecei a desabotoar o botão da calça assim que entrei no meu quarto, estava apertando toda a minha barriga. Puxando a calça para baixo, coloquei a mão sobre as marcas vermelhas que aquela calça tinha feito em minha pele, isso que dá usar calça jeans tão apertada, em pé eu não sentia tanto, mas quando me sentava com ela era possível sentir o meu estômago indo se encontrar com o meu fígado. Não adianta, eu não vou usar as calças de moletom que a minha mãe me deu, a minha bunda já é quadrada, usando aquilo vai evidenciar ainda mais, fora que fica parecendo um peixinho na minha parte de baixo - pensei - embora eu consiga respirar com as calças bregas que a minha mãe comprou - reviro os olhos. 

Estar acima do peso é um saco, quando se tem uns quilos a mais não é o que você escolhe vestir e sim escolher entre o modelos que te servem na loja, geralmente são roupas largas que não delineiam em nada o corpo, com estampas horríveis, alternando em roupas pretas com listras brancas para ficar igual uma zebra ou flores para parecer que sai de um jardim. Eu particularmente não gosto de blusas que delineiam meu corpo porque isso evidencia demais minha barriga, desse modo eu compro blusas largas de alguma série que eu gosto/alguma banda ou cantor e uso com calças que fiquem rentes as minhas pernas, assim quando eu não estou com o meu moletom eu não fico parecendo um balão por completo. 

Com as mãos empurrei a calça até o chão e chutei para perto da cabeceira da cama, depois comecei a puxar minha blusa fazendo um x com os braços, a blusa enroscou no meu cabelo quando fui passar pelo pescoço, e depois joguei-a ao lado de onde chutei minha calça, abri o fecho com as duas mãos jogadas para trás e puxei as alças do meu sutiã para baixo, depois o tirei pelo meio e joguei ele para o balde de roupa suja no canto do quarto, passei as mãos pelos meus seios direcionando-os para cima, porque os meus seios tem que se parecer com dois limõezinhos? - Minha barriga é maior que meus seios - pensei no momento em que os analisava. Logo em seguida comecei a abaixar minha calcinha pela sua lateral, não tenho dificuldade de retirá-la mesmo com as minhas coxas sendo grossas. 

Olhando para baixo reparei que eu nem consigo ver a minha parte íntima, por conta do tamanho da curvatura da minha barriga e depois eu ainda quero conseguir transar com alguém?? - pensei pegando a calcinha do piso e jogando-a com pressa no cesto de roupa suja também. Eu estava me sentindo cansada de me frustrar por coisas que eu não conseguia e não sabia como mudar nesse momento, abri o guarda roupa, peguei uma toalha e me direcionei para o banho.

38,5° de febre - disse meu pai
Era próximo das 2 da manhã quando acordei vomitando pelo meu banheiro todo, meu corpo tremia de frio mesmo com 3 cobertores, meus braços e pernas doíam, até que meu pai abriu a porta quando me escutou levantar para vomitar.

 
- Você está bem? - perguntou ele

- Não - respondi nauseada com as mãos na barriga

Ele se aproximou e colocou a mão na minha testa

- Eu já volto

Colocou o termômetro a baixo da minha axila, e aguardamos mais ou menos 1 minuto esperando o aparelho apitar.

38,5 de febre - disse meu pai - vou pegar o carro e vou te levar no médico.

 
- AAaaa não - disse resmungando, eu quero ficar na minha cama.

- Coloca uma roupa e te encontro daqui 5 minutos no carro, sem conversa - disse ele antes de atravessar a porta para o corredor.

Enquanto pegava uma blusa de frio para colocar por cima do meu pijama, escutei ele avisar minha mãe que iria me levar no hospital por conta da febre.

Coloquei a blusa por cima do pijama, estava frio demais para tirar e colocar outra blusa, eu não tinha sujado mesmo, e a calça eu fui com a mesma que eu já estava vestindo, um moletom azul marinho escuro.

Um Clichê por entre as Curvas do espelhoWhere stories live. Discover now