01 - "Ascensão à Realeza"

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Meus pulmões queimavam, e a dor latejante em minha perna tornava cada passo uma tortura

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Meus pulmões queimavam, e a dor latejante em minha perna tornava cada passo uma tortura. A floresta, escura e sinistra, parecia se estender até o infinito. O silêncio era assustador, quebrado apenas pelo som dos meus próprios passos e pela minha respiração ofegante.

Enquanto eu corria, senti o gosto metálico do sangue na boca. Eles me pegaram, ou melhor, suas flechas envenenadas o fizeram. No entanto, enquanto minha visão começava a embaçar e as árvores dançavam à minha frente, eu sabia que tinha uma vantagem: a imunidade que conquistara desde criança.

Cuspi um pouco de sangue no chão, uma mistura escura que brilhava à luz fraca do sol. Com cada passo, minha mente trabalhava em busca de uma saída, uma maneira de escapar de meus perseguidores.

Foi quando o vi, emergindo das sombras das árvores. Um homem alto, vestido em trajes reais, sua expressão indecifrável enquanto seus olhos se fixavam em mim.

Ele não era um soldado comum; havia algo de majestoso em sua postura, algo que me fez parar no lugar. O rei, pensei, e a mera ideia fez meu coração acelerar.

Ele se aproximou de mim, sem pressa, e por um momento, pensei que minha hora havia chegado. Eu, uma mera camponesa do Setor 5, prestes a encontrar meu destino nas mãos do monarca.

Mas, em vez disso, ele me encarou atentamente, avaliando cada detalhe do meu rosto e vestimenta.

— Quem é você? — Sua voz ecoou pelo ar, suave e inquisitiva.

— Ninguém importante, senhor. — Respondi, tentando esconder a dor em minha voz. — Apenas uma garota do Setor 5.

Ele continuou a me observar, como se buscasse algo em meus olhos.

— Eu preciso de alguém como você.

A imunidade que conquistei a venenos e meu passado naquele lugar sombrio eram segredos que eu sempre mantivera guardados. Mas naquele momento, diante do rei, eles se tornaram minhas maiores armas.

— Precisa de quê? — Perguntei, minha curiosidade superando a dor.

Ele sorriu, um sorriso que não alcançou seus olhos.

— De alguém que possa ocupar o lugar da minha filha. — Ele respondeu, seus olhos nunca se desviando dos meus.

A proposta do rei pairou no ar, e eu permaneci atônita, incapaz de compreender plenamente o que ele acabara de dizer. A ideia de ocupar o lugar da filha do monarca era absurda, surreal. Eu não tinha ideia do que havia acontecido à princesa, mas a seriedade e a urgência na voz do rei eram inegáveis.

— Minha filha... ela não está mais entre nós — o rei continuou, sua voz carregada de tristeza e dor. — E o lugar que era dela não pode ficar vazio. Preciso de alguém que possa preencher esse vazio, alguém que tenha a beleza que minha filha tinha.

Trono de Sombras e PrataWhere stories live. Discover now