28 - I'm almost without you

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CASSIUS WRAITH

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CASSIUS WRAITH

Maldita fêmea.

Posso ver em seus olhos a sede de sangue. Passei o dia inteiro a observando. Cada mínimo movimento seu, as sombras sussurram repetidamente inquietas. Não posso entender nada do que elas dizem. É quase como se, eu piscar, ela fosse desaparecer diante dos meus olhos. Não a tenho por completo... Ainda não.

O miserável à minha frente cospe sangue no chão e solta uma risada seca. Encaro seus olhos, vendo o medo neles, e gosto da sensação que isso me traz. Faço um sinal para que Tristan, mais uma vez, acerte um soco no abdômen da criatura à nossa frente.

— A sua parceira sabe da sua crueldade, ser das sombras? — ele range os dentes ao falar. — Tenho certeza de que assim que ela souber, irá odiar você.

Me levanto da cadeira, parando de frente para ele antes de pegá-lo pelo pescoço, vendo os seus olhos se arregalarem assustados. Sua respiração fica cada vez mais lenta, mesmo eu não colocando muita força ao apertar. Um merdinha fracote.

— Ele já está morto, Cassius...

Solto o seu pescoço mole e empurro a cadeira à qual a criatura está amarrada, agora sem vida. — Livre-se do corpo. — Tristan revira os olhos, desamarrando as mãos do corpo morto da cadeira.

— Não era uma criatura tão ruim. Vamos ficar sem homens para a guerra se você decidir matar todos.

— Uma morte merecida foi o que ele teve. — pego uma garrafa de água, lavando minhas mãos. — Tive minhas razões para matá-lo.

— Qual? — ele ri de escárnio. — Ele respirou o mesmo ar de Elysia? Você lembra o tio Hael... E isso não é bom e eu sei que você sabe.

— Não confunda as coisas, Tristan! Sempre matei aqueles que merecem.

— Acho que você merece. — seu sussurro não tão baixo para que eu não escute.

Me aproximo dele, dando um tapa na sua cabeça grande e ele faz uma careta. Tenho que controlar a vontade que tenho de rir dele.

— Tem razão, mas ainda ninguém foi forte o suficiente para me matar, querido primo. — saio da casa abandonada da vila, ouvindo seus passos atrás. — Lembre-se, eu sou Cassius Wraith, não qualquer um.

— Seu ego é do tamanho do mar. — ele passa por mim, fazendo questão de trombar no meu ombro. — Não vejo o fim dele.

Fim de tarde, todos em volta da fogueira. Tristan com suas piadas sem graça, mas que mesmo assim arranca risadas de todos. Elysia nem olha nos meus olhos, coberta de segredos, o que me deixa frustrado. Gostaria de ler todos os seus pensamentos ao invés de tentar adivinhá-los. A mente é inimiga e cria as piores hipóteses possíveis. Pela primeira vez no dia, entendo uma palavra das sombras.

Trono de Sombras e PrataOù les histoires vivent. Découvrez maintenant