05 - "A Dança das Sombras"

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Dobre o joelho, se curve.
Mas você estará implorando.
Você será torturado.
Se você não se curva
às minhas regras.
Eu sou a governante dos seus pesadelos. Quando você dorme e quando você acorda.

— Queen of the Castle | Victoria Carbol.

— Queen of the Castle | Victoria Carbol

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"Você tem algo dentro de si, princesa. As sombras falam com você, eu posso vê-las. Não tente esconder, isso só piora a situação." Foi isso que Cassius Wraith me disse antes de partir de volta ao seu reino. Estranhamente, não consigo esquecer essas palavras. Elas adentraram em minha mente tão profundamente que me questiono o motivo pelo qual me intrigam tanto, ao ponto de eu estar há três noites sem dormir direito.

Será que ele sabe? Não, ele não poderia. Ninguém sabe, ninguém pode saber o que eu represento. Não posso evitar sentir um grande desconforto.

Cinco anos. Tenho exatamente mais cinco anos pela frente até que o casamento finalmente aconteça. Como uma profecia define o futuro de alguém?

Olho para as casas abaixo de mim, notando as ruas mais escuras do que o habitual. As casas envoltas em sombras mais densas. Bem, não é como se houvesse muitas casas no setor 1, já que o centro em si é o grande e majestoso castelo.

Gavriel costumava dizer que minhas asas são um sinal de pureza e poder. Me questiono se é isso que elas realmente significam quando as sombras se mantêm por perto, tempo todo, com seus sussurros e envolvidas em mim.

Elas sempre estão presentes, me seguindo, me observando. Eu tento ignorar a presença delas, mas é difícil quando se manifestam de formas estranhas, distorcendo a realidade ao meu redor. E são elas, justamente elas, que protegem minhas asas. De alguma forma, da qual desconheço, tiro a hipótese de algum tipo de encantamento.

Sinto um arrepio percorrer minha espinha enquanto as sombras se tornam mais densas, como se tentassem devorar a própria luz ao redor. O medo me envolve à medida que mergulho na escuridão crescente. Decido voar em direção aos fundos do castelo, onde a vigilância é menos rigorosa, mas a escuridão se intensifica, encobrindo até mesmo o brilho das minhas asas.

Deslizo em queda livre, mergulhando na obscuridade que se enreda ao meu redor. As sombras sibilam, dançando e oscilando como se tivessem vida própria. É como se tentassem distorcer a percepção de qualquer observador, elas ocultam as minhas asas, quem olha não imagina que eu as tenho, as vezes até me esqueço que as possuo.

Meus olhos se arregalam quando percebo a presença de um soldado próximo. Ele pareceu surpreso ao me ver ali e rapidamente se alerta, empunhando sua lança e se aproximando de mim.

— Princesa, o que faz aqui fora à essa hora da noite? — Ele pergunta, sua expressão séria e preocupada.

Respiro fundo, tentando recuperar o controle da situação.

Trono de Sombras e PrataWhere stories live. Discover now