"Elysia Winters, tão sem esperança, tornou-se tão insensível. Lentamente caindo na escuridão de uma terra onde tudo é cruel, onde o vilão se tornou seu herói."
Este livro é uma obra de ficção original, criada a partir da imaginação do autor. Qualque...
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Por um momento, eu pensei que poderia ser uma pessoa normal. Nunca fiquei tão feliz quando as sombras de Cassius perderam totalmente o controle... Ele não tinha controle sobre elas, nenhum.
As velas do quarto se apagaram, mas isso não nos impediu de continuar... Assim como Cassius Wraith disse no altar, o meu sangue e o dele se tornaram um só, queimamos até ficarmos ofegantes.
Ficamos tão extasiados que mesmo no escuro era como se houvesse luz.
Eu tive medo de que ele fosse perceber as marcas de cicatriz em minhas costas, mas as sombras me ajudaram, mesmo sem perceber.
Vimos o amanhecer. Não queríamos dormir, não poderíamos perder nenhum instante, pois cada segundo parecia importante demais.
A vista da janela parece tão esplêndida, magnificamente bela. O bater de asas é o mais presente dos sons, e o cheiro das rosas brancas no jardim chegam até o alto do castelo, suave, doce e delicado.
Não consigo me lembrar de todos os detalhes da noite passada, só dos momentos da banheira e depois dela, mas o que eu fiz antes disso na sala de jantar, eu não posso me lembrar, por mais que eu me esforce para isso.
Desvio meu olhar da janela, direcionando para Cassius na cama, sem nenhuma das suas vestes, com o lençol de cetim cobrindo da cintura para baixo.
Eu não sei como me sentir depois do que aconteceu. Como vou agir a partir de agora é o que está mais presente nesse momento! Tenho tantas coisas em mente que não é novidade eu me sentir sufocada com tudo.
O cheiro de Cassius Wraith está por todo o quarto e agora em mim. Me sinto como na mitologia dos lobos, troca de odores simbolizada pelo cheiro do parceiro ficando no outro.
Caminho em leves passos até a porta do quarto, olhando novamente para a cama com medo dos meus movimentos acordarem Cassius... Estou longe de estar pronta para encará-lo agora.
— Perdão, senhora. — A pequena Bradley esbarra em mim no corredor com a boca toda melada de chocolate.
— Bradley, que futuro terá se não quer estudar? — Astoria, com os cabelos um tanto desastrosos e uma expressão exausta, grita por a filha que já deve estar longe.
Observo ela parar em minha frente como se estivesse envergonhada, abaixando levemente a cabeça enquanto limpa os farelos de farinha do seu longo vestido azul, e admiro como o azul combina com ela.
— Elysia, bom dia! — Ela sorri. — Conseguiu dormir bem? O apagão ontem à noite foi um caos total...
Arregalo os meus olhos constrangida, já que eu nunca pensei que o apagão tivesse acontecido por todo o castelo.
— Oh... Eu mal conseguir perceber. Dormi cedo ontem...
Astoria me encara como se quisesse rir e não acreditasse em minha resposta, balançando a cabeça negativamente por fim.
