"Elysia Winters, tão sem esperança, tornou-se tão insensível. Lentamente caindo na escuridão de uma terra onde tudo é cruel, onde o vilão se tornou seu herói."
Este livro é uma obra de ficção original, criada a partir da imaginação do autor. Qualque...
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Respiro fundo várias vezes antes de criar coragem para abrir a porta do quarto e procurar algo para saciar minha fome. Dormir chorando não é uma sensação prazerosa de maneira alguma. A noite chegou rápido demais ou eu dormi demais...
Encaro a fechadura da porta, mentalizando que Cassius vai abrir essa porta com uma bandeja de comida, e eu não precisarei descer para jantar com todos; sinto-me uma intrusa no meio da família real de Nyxarum.
É absolutamente difícil aceitar que eu, Elysia Winters, sou a rainha de Nyxarum. Oh... Eu realmente sou a rainha, é a primeira vez que paro para pensar nisso. É inacreditável de todas as formas possíveis.
Levo minhas mãos até a fechadura da porta, abrindo, pois Cassius não vai escutar meus pensamentos e irá aparecer no quarto. Nessas horas, eu adoraria que ele fosse um poderoso vidente e viesse atender às minhas preces.
Caminho em passos lentos o máximo que consigo, pelos corredores e mais corredores. Quanto mais eu ando pelo castelo, mais eu me impressiono com sua estrutura. É algo que você se questiona várias vezes se não é apenas uma miragem, porque parece particularmente impossível de tão majestoso que é, o castelo de prata de Nyxarum.
Paro no meio da escada que dá de cara com a sala de jantar, onde todos estão reunidos, sentados e rindo de algo que alguém da mesa proferiu. Noto rostos desconhecidos e me encolho sobre a escada, pensando seriamente em voltar para o quarto e dormir com fome, e é isso que eu faço; viro de volta para subir as escadas.
— Elysia, venha se junte a nós! — Todo o rosto de Anastasia se ilumina ao lado do seu marido, Hael. — Tristan, sente na outra cadeira para que ela possa sentar ao lado de Cassius.
— Pequena, vou ceder só porque é você. — Ele se levanta, sentando na outra ponta, colocando um grande pedaço de carne na boca. — Um péssimo marido esse seu, viu? Ele nem ia chamá-la para comer, esse miserável.
Me sento no meio entre Cassius e Tristan, que se encaram mortalmente, e eu tenho um sorriso tímido no rosto com todas as atenções sobre mim.
— Não fale o que não sabe, sua víbora desaforada. — Cassius atira um pedaço de pão na cara de Tristan, que parece ofendido.
— O bullying vem da própria família. — Ele exclama alto, apontando para Cassius. — Vou mudar de sobrenome; me recuso a dividir o mesmo sobrenome de alguém que pratica essas atrocidades.
— Cala a boca, garoto irritante. — É a primeira vez que escuto a voz de Hael, pai de Cassius.
— É como dizem... Tal pai, tal filho. — Tristan diz antes de ter sua cadeira arrastada pelas sombras de Hael, caindo de bunda no chão. — Eu só não me retiro dessa mesa porque minha fome é maior, mas olha as humilhações que eu tenho que passar.
Cubro os lábios com as mãos, com um sorriso nos lábios ao perceber que certamente Tristan e Reynard iriam ser bons amigos... Me pergunto se ele está cuidando bem do corvo sem a minha ajuda; tenho que lembrar de escrever uma carta a ele.
