Lamia -Tradução-

25. Capítulo 23 - Albus Dumbledore e Dan Lind

Dan

Faltam menos de duas semanas para o Natal, e o frio intenso tomou conta das temperaturas no castelo. Os alunos esvoaçavam entre as aulas vestidos com chapéus e lenços, e na ala hospitalar apareceram as primeiras pessoas dispostas a beber poção de pimenta.

Diante de um frio tão forte, que duraria até o final da semana, parei de sair do castelo e, logo após as aulas, tranquei-me em meus aposentos.

Tanto Hermione quanto Severus insistiram que eu ficasse aquecido em meus quartos o tempo todo. Aparentemente, eles presumiram que, como agora eu era parte reptiliana, deveria evitar ficar com muito frio para minha saúde.

Eu não reclamei. Afinal, era conveniente apenas deixar ir e deixar o jantar ser entregue em meus aposentos, os livros da biblioteca trazidos por Hermione e Severus me deixar deitar em sua cama o tempo que eu quisesse.

Hermione estava com o cabelo em uma trança grossa naquele dia; a luz refletida em suas tramas, dando-lhes uma cor um pouco mais avermelhada do que o normal. Ela estava curvada sobre o pergaminho, rabiscando algum tipo de ensaio sobre a História da Magia com sua letra elegante. Ron estava sentado ao lado dela, vestindo o suéter de Natal do ano passado. Ele estava olhando criticamente para a régua ao lado do pergaminho em que estava escrevendo por um longo tempo, aparentemente pensando em como letras grandes ele poderia escrever para preencher o meio pé que faltava em sua redação.

Observei-os sentados em silêncio. Eu deveria estar escrevendo um ensaio para McGonagall sobre a transfiguração de itens mágicos para esconder sua assinatura, mas isso não parecia tão importante no momento. Olhei para as chamas. Seu som crepitante suave era agradável ao ouvido e as cores eram calmantes. Para uma experiência, alcancei o fogo com minha magia, estendendo minhas mãos em direção a ele. As chamas dançaram, alimentadas pela minha interferência, e por um momento acariciei a magia energética crepitante, observando suas cores intensas mudarem.

Aproximei-me da lareira, posicionando meu rabo, e sentei-me em suas tramas, olhando para o fogo. Ele era tão caloroso. Tão colorido. Como uma energia pulsante, vinda diretamente das camadas inexploradas do nosso planeta. Estendi minhas mãos para ele, tentando pegar as cores rodopiantes. Movendo meus dedos, criei uma intrincada trança de cores com a paciência de um artista criando sua obra.

A textura estranha e fluida da magia em meus dedos parecia tão diferente, mas tão familiar, que não fiquei nem um pouco surpreso quando o fogo de repente pareceu ter vontade própria e começou a se estender ansiosamente em minha direção.

Atendi ao chamado mergulhando meus dedos nas chamas. Ao contrário das aparências, senti seu toque não ardente. Pareceu-me naquele momento que as chamas eram dedos finos de mulheres acariciando minha pele. Nunca pensei nisso, mas de repente tive a impressão de que o fogo era a mulher. Alguém próximo a mim, alguém como uma mãe que quer pentear calmamente o cabelo da minha testa antes de dormir.

"Ei, Dan", disse a voz de um menino atrás de mim.

Afastei minhas mãos, virando-me para encarar meus amigos. Hermione estava escrevendo como uma louca em seu caderno trouxa e Ron estava comendo seu chocolate olhando diretamente para mim.

"O que faremos com o Natal?" Ele perguntou.

Pisquei com a pergunta. O Natal era... um assunto incerto. A probabilidade de eu passar na casa dos Weasley era remota. Em Grimmauld Place ainda menor. Apenas Hogwarts permaneceu.

Eu estava prestes a abrir minha boca para dizer isso quando a porta se abriu e Harry Potter começou a correr ofegante.

"O que devo fazer com o Natal?" ele nos perguntou em um tom como se isso fosse anunciar uma catástrofe nuclear.