Lamia -Tradução-

30. Capítulo 28 - A Magia de Lamia

Dan

Sorte. A maioria das minhas memórias felizes eram de Hogwarts, então eu podia me lembrar daquele sentimento com facilidade. Foi o suficiente para eu lembrar do sorriso de Hermione, pouco antes de ela me abraçar. Ron, rindo comigo de alguma piada. Severus me olhando diretamente nos olhos esta manhã.

A Sra. Figg suspirou quando toquei seu rosto. Os olhos cinzentos da mulher se embaçaram e ela riu um pouco hesitante em meio às lágrimas que escorriam por seu rosto.

Eu não gostava do que estava fazendo agora.

É verdade que consegui transmitir meus sentimentos aos outros pelo toque. No entanto, eu sabia que era extremamente cansativo para o destinatário, então não usei minha habilidade com muita frequência. Eu o usava apenas quando queria ajudar alguém e sempre tentava fazê-lo com muita delicadeza. Não foi até a última vez que demonstrei a Remus que fiz isso pela primeira vez com a intenção de deixar o destinatário ciente do que estava acontecendo. Por alguma razão, Snape e Lupin decidiram que essa era a saída, e eu não deveria parar de tentar.

Mas eles não viram o que eu vi.

Afastei minhas mãos da mulher mais velha e olhei preocupada para sua magia aparentemente trêmula.

A aura mágica da Sra. Figg foi destruída. Com minha terapia incomum, enviei um impulso mágico ao corpo dela usando os sentimentos coletados. Parecia que eu estava dando um maldito choque elétrico nela!

A mulher tremia, suas pupilas estavam desconcertantemente contraídas e ela não parava de chorar havia meia hora.

Eu senti como se a estivesse torturando, e todos, incluindo a Sra. Figg, estavam deixando!

Incapaz de vê-lo sofrer por mais tempo, lembrei-me imediatamente da sensação de paz que sempre compartilhei com os outros quando senti que precisavam dela para recuperar o equilíbrio mental. Então eu sempre me lembrei da semiconsciência do ambiente que a gente sente antes de adormecer. O calor da cama, a maciez do colchão e a forma como a mente lentamente cai no esquecimento.

Eu imediatamente abracei a Sra. Figg com força, descansando minha cabeça em seu ombro. Respirei calmamente, tentando me lembrar apenas do silêncio da noite e da paz que reinava quando não havia nada para se preocupar antes de cair no sono.

Uns bons dez minutos se passaram antes que eu retirasse minha magia e cuidadosamente soltasse a mulher de meus braços.

A sra. Figg, como sempre fazia quando "trabalhamos" demais, parecia um pouco vazia. Mas ela sorriu calorosamente para mim.

"Obrigado Dan. Está tudo bem agora. Você é um menino tão legal", disse ela com uma voz suave e amigável.

Eu balancei a cabeça, relutante em admitir que ela estava certa. Eu me senti péssimo com o que estava fazendo com ela.

Tudo seria mais fácil se bastasse uma pequena intervenção. Mas nossas sessões diárias, que duravam três dias, eram arranjadas por outros. Recebi apenas uma lista e me disseram para fazer o que estava escrito nela. Por alguma razão, Remus, Severus e Dumbledore, com o apoio de Hermione, decidiram que durante o novo tipo de terapia mágica da Sra. Figg, eu deveria afetá-la com diferentes conjuntos de sentimentos. Tanto os positivos quanto os negativos.

"Vamos terminar por hoje. Sinto muito por lhe causar tantos problemas" engasguei com a garganta apertada de nervosismo.

Foram muitas as sensações que me dificultaram. Podia facilmente recordar a raiva que sentia de certas pessoas do passado, ou o amor que sentia. No entanto, uma mulher calma, confrontada com a lembrança do meu horror ao ver Cedrico morrer, com a felicidade quando ganhei minha primeira Copa de Quadribol, com a dor que senti no dia em que perdi meus amigos, com o riso incontrolável da lembrança de algumas das piadas dos gêmeos Weasley, tomou isso como uma mistura explosiva para seus sentimentos e emoções. Fui instruído a agir às vezes positivamente e às vezes negativamente na magia da Sra. Figg. Se não fosse pelo fato de ela não ter expressado uma palavra de objeção, eu já teria parado há muito tempo.