Capitulo 14

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Arábia

Cheguei em casa cansadão e assim que entrei vi a mesa de jantar posta, com vários bagulho bonito em cima. Já desconfiei e fui entrando observando aquela decoração e sentindo o cheiro da comida, nem é por nada não, mas Samantha manda mo bem na cozinha.

Fui entrando pra dentro da casa e fui até a cozinha, ela estava toda arrumada e terminando de colocar as comidas nas vasilha pra gente se servir. Quando ela se virou se assustou com minha presença na cozinha.

- Qual foi? Viu fantasma pô? - perguntei pq a mulher tava praticamente transparente.

Ela riu e foi chegando perto, deixei pra ver até onde ela ia.

- Não vi fantasma, mas também não vejo há muito tempo o cara que eu amo, que não me fez pensar duas vezes em largar tudo pra ficar ao lado dele - foi falando e se aproximando.

Já conheço essa doida dos pés a cabeça, sabe que fez merda e tá querendo me enganar pelo estômago. Mas no fundo, sei que ela te sentindo exatamente isso, porque também sinto que a gente se perdeu no caminho.

- Então serve a mesa enquanto eu tomo uma ducha que nós vamos conversar direitinho, sobre tudo que tá acontecendo esses dias - dei um selinho rápido e me desvencilhei do seu corpo.

Subi e tomei meu banho, enquanto a água ia caindo eu ia pensando em como uma mulher que eu nunca vi na vida mexeu tanto com minha cabeça. Mexeu ao ponto de eu pensar em realmente largar minha mulher pra poder dar uma investida nela, já que deixou claro que só não rola nada entre nós porque sou casado. Mas ao mesmo tempo penso em tentar com a Samantha, sei que ela me ama e ainda resta um pouco de amor por aqui, só que toda vez que ela toca no sonho dela, esse amor vai esfriando e eu fico pensando se não é melhor ela arrumar alguém que possa oferecer pra ela tudo que eu não posso. Já que comigo eu só posso oferecer um pouco de segurança, amor e uma vida inteira de incertezas.

Assim que cheguei na sala já sentei a mesa junto dela, tínhamos muito o que conversar, mas sei que por ela a gente fingia que nada aconteceu.

- Tô ligado que tu queria que eu agisse nesse jantar como se nada tivesse acontecido, mas não é assim amor - respirei fundo - tu é minha mulher em qualquer lugar que for, tem que manter a porra da postura pô.

- Como que mantenho minha postura se só sou sua mulher na sua boca? Se na real você tá querendo outra? Me fala Diogo - me olhou nos olhos, e é isso que me deixa amarradao nela, mesmo que esteja errada, só conversa olhando no meu olho.

- Quem disse que eu tava querendo outra pô? Tu sabe muito bem o teu lugar na minha vida, mas fica insistindo nisso de ter outro filho - passei a mão no rosto já nervoso - quero manter a calma e conversar contigo no sapatinho, mas me deixa pilhadao.

- Ninguém precisou me dizer nada não, só pela foto eu vi - me encarou séria - você nunca ia pegar uma mina pelo braço como fez, na minha frente, e muito mesmo menos se não tivesse interesse nenhum - mexeu no brinco assim como faz toda vez que tá nervosa - mas suave, tô errada em ter ido atrás dela, devia ter vindo atrás era de tu, tu que é meu marido e me deve satisfação, respeito e fidelidade.

- Que bom que se ligou nisso, qualquer problema comigo tu tem que tratar comigo e com ninguém mais - ela riu irônica e negou com a cabeça - qual foi?

- Tá com medo de eu fazer algo com aquela mulher? Tá tão preocupado assim com aquela mina?

- Não pô, mas qualquer coisa que rolar vai vim pra dentro do meu cu e vou ter que sustentar suas merdas também, que não vão afetar só nós dois, mas como também vou ter que te cobrar e não tô nem um pouco afim de fazer isso contigo nega.

- Ta bom, mas igual tu disse, temos que conversar porque eu te amo pra caralho e me entrego no 10/10 pra nós, mas tu não tá no mesmo empenho - limpou uma lágrima que insistiu em cair por seu rosto - e outra, essa questão de filho, toda vez que falo tu nunca sabe conversar na boa, é sempre na ignorância, mas lembre que se esse é um ponto pra você, imagina pra mim?

- Eu tô ligado - falei baixo.

- E eu quero ter outro filho sim, construir nossa família que foi quebrada em pedacinhos e proteger ele até o fim - respirou fundo chorando - e se o seu medo é perder ele também, só te falo que não cai uma folha se quer da árvore se Deus não permitir.

- Mas não tá tudo bem arrumar outro filho e saber que eu posso muito bem não dar conta da segurança dele, como aconteceu com o Henry.

- E pra mim não tá tudo bem ter outro filho, sabendo que posso perder ele a qualquer momento - me olhou fria - você acha que pra mim tudo bem todo dia você sair por essa porta e eu não saber se tu vai voltar vivo pra casa?

- Claro que não pô, mas tu sempre soube que essa era vida, nunca de escondi nada.

- Mas sempre disse que queria pelo menos cinco filhos, e agora tá me negando meu sonho - falou com a voz embargada.

- Eu não vou ter outro filho agora só porque tu quer, mas também não quero que tu deixe de sonhar seu sonho só porque eu não quero - fui sincero.

- E o que tu tá querendo dizer com isso? Que a gente não deve mais ficar juntos porque não compartilha do mesmo sonho?

- Na teoria é isso aí, mas eu não consigo ficar longe de tu neguinha - cocei a cabeça e vir ela dar um sorriso triste - por isso quero tentar fazer nosso relacionamento voltar como era antes, e aos poucos a gente vai pensando nisso de filho, sem pressão mas com planos pro futuro.

- Era nisso que eu queria chegar, a gente não sabe quanto tempo temos amor - ela começou a chorar - olha pra nossa vida, que loucura que é, vamos ficar esperando até quando? Até não ter eu ou você aqui?

- Tô ligado que não posso te garantir tá vivo pro futuro que vamos planejar, mas prometo fazer o possível pra estar - peguei na sua mão por cima da mesa - se tu achar que devemos tentar mais uma vez, que vale a pena planejar um futuro incerto e que não sabemos se vamos ou não ter esse filho que você sonha, tô aqui pra fechar contigo - respirei fundo - mas se tu achar que esse sonho de ter outro filho é maior do que nós do e de tudo que vivemos até aqui, eu também vou entender e te deixar livre pra procurar um homem que te ofereça tudo que eu não posso oferecer - falei com a voz falha, porque assumir isso era dolorido.

- Você tá jogando nas minhas mãos o nosso futuro, Diogo? - franziu as sobrancelhas.

- Não, tô te dando a oportunidade de pensar em o que você quer pro seu futuro - pausei - e não vou te pedir pra responder isso agora, vou dar um jeito da gente sair dessa loucura e fazer uma viagem de dois dias amanhã, vamos esquecer tudo e aproveitar um ao outro, ficar próximos de novo, e quando a gente voltar a gente tenta e conversa de novo.

- Pode ser - foi a única coisa que ela disse.

Depois disso ela soltou minha mão, se serviu e eu me servi e jantamos calado. Ela subiu pro quarto e eu permaneci na sala com meus pensamento.

Entregue à LoucuraWhere stories live. Discover now