Entregue à Loucura

Capítulo 22

LARA

Não sei porque caralho aceitei dormir com ele. Ele me fez gozar de um jeito que a tempos não gozava, ele me despertou sentimentos que a tempos não sentia, e eu sinceramente não sei se isso é bom. 

Assistimos ao filme que ele colocou na sala mesmo, ele permaneceu sentado no sofá, enquanto me deitei encostando a cabeça no braço do sofá e jogando minhas pernas por cima de seu colo. Não sei que horas, mas acabei adormecendo ali mesmo, antes do filme acabar, e só me dei conta no outro dia, quando acordei e já estava em sua cama. Mas a cama estava vazia.

Respirei fundo me vendo vestida apenas com uma blusa sua, sem nenhum vestígio seu no quarto me levanto e suspiro frustrada.

- Otária é tu, Lara, que aceitou dormir com o cara e esperava que ele estivesse aqui quando acordasse - falei me olhando no espelho do seu banheiro. 

Troquei de roupa e peguei minhas coisas, que estavam separadas no canto do quarto. Desci até a sala e antes de sair meu olhar foi direto pra cozinha, que estava com uma mesa de café da manhã pronta, o que me deixou surpresa. Mas a casa realmente estava vazia.

"Bom dia, princesa. Mandei preparar essa mesa pra tu, aproveita e toma um café da manhã digno. Tive que sair pra resolver umas paradas, mas fica a vontade, a casa é sua. Deixei um dos meus a disposição lá fora, assim que der te ligo. Gostosa."

Esse era exatamente o bilhete que estava escrito em cima da mesa, dei um meio sorriso e sentei comendo um pouco de tudo que tinha por ali. Peguei o bilhete e guardei na minha bolsa pra mostrar Vick, sai de sua casa e tinha uns três homens armados ali na frente. Assim que abrir o portão da frente, os três me olharam.

- Pra onde tu quer ir? Patrão me deu ordens de ficar a tua disposição pô - um dos meninos armados falou, se não me engano este é o caneta.

- Me leva pra casa da Vick, mulher do Grilo - pedi e ele assentiu subindo na moto, mas continuei te olhando.

- Vai subir não, dona? - perguntou e eu concordei, perguntando quem ele era - tu não lembra de mim não pô? Caneta, satisfação - esticou a mão me fazendo cumprimentar.

Após isso subi em sua moto e fomos até a casa da Vick, que não ficava muito distante dali.

- Obrigada - agradeci assim que desci da moto com sua ajuda.

- Suave, vou ficar aqui na porta se precisar de mais alguma coisa - concordei com a cabeça.

Sabia que ele não ia sair do meu pé e pelo que o Arábia falou, ele vai ficar pra me levar e fazer o que eu quiser, principalmente se eu quiser ir embora pra casa, então não vou discutir e nem falar nada. 

- Victória - gritei da porta da sua casa e logo ela foi aberta.

- Ai mana, até que enfim tu veio - me puxou pra dentro de sua casa - agora me conta tudo que rolou essa noite.

Ri e sentamos na mesa de sua cozinha, contei tudo pra ela que me olhava com atenção. Claro que pulei alguns detalhes.

- Caralho, então ele pediu pra tu dormir de conchinha com ele? - perguntou e caiu na gargalhada - olha a que ponto Diogo chegou, tá carente mermo.

- Mas quando eu acordei ele não estava mais lá, deixou uma mesa linda de café da manhã pra mim e esse bilhete - tirei de dentro da bolsa e entreguei pra ela ler - até agora não me ligou, mas deixou o caneta a minha disposição e o coitado tá obedecendo - ri sem graça. 

- Mas ele ligou cedo pro Grilo mesmo, mandou encontrar com ele na boca porque tinha muita merda pra resolver desde a última invasão - me entregou o bilhete - nunca pensei que ele fosse de escrever esse tipo de bilhete, princesa - falou o apelido com voz de deboche e acabamos rindo.

Fiquei a tarde toda por ali, mas já estava dando minha hora de ir embora pra casa e organizar todas as minhas coisas dos atendimentos da semana. 

- Amiga, acho que vou pedir o Caneta pra me deixar em casa.

- Calma, avisei o Grilo que você estava aqui comigo e ele disse que já está vindo com o Arábia.

- Mas ele não me ligou e não mandou nem uma mensagem se quer o dia inteiro - respirei fundo.

- Eles já estão vindo, espera só mais um pouco.

Continuamos conversando e ela voltou ao assunto de eu vir morar no morro.

- Agora que não tem anda que te impeça, vem morar aqui e vamos montar nossa estética.

- Amiga, preciso resolver tanta coisa antes de pensar em vir morar aqui - respirei fundo frustrada - sem tirar que tive apenas uma noite com o Arábia, pra matar esse tesão que temos, mas não acho que isso vai pra frente não, então envolve tanta coisa.

- Independente disso ir pra frente Lalá, agora não tem Samantha e nem tretas maiores pra gente se preocupar - deu um sorriso sem mostrar os dentes.

- Ainda está tudo muito recente, não tem como pensar nisso por agora, mas não estou descartando essa possibilidade - parei de falar quando a porta foi aberta.

Grilo e Arábia entraram pela porta conversando e rindo de alguma coisa.

- Até que enfim - Vick deu um grito - Lara já estava indo embora porra. 

Os dois vieram até nossa direção e pra minha surpresa fui cumprimentada com um selinho pelo Arábia, que não satisfeito iniciou um beijo calmo. 

- Então quer dizer que tu já tava querendo ir embora? - concordei.

- Já está anoitecendo e preciso arrumar as coisas pro meu atendimento da semana - ele sentou no sofá e me puxou pra sentar em seu colo - e você não me ligou, então não sabia se deveria esperar.

- Estava ocupado, princesa - me deu um cheiro - gostou do café da manhã?

- Amei, obrigada por isso e por colocar o Caneta a minha disposição - sorri.

- Não precisa agradecer - colocou uma de suas mãos em minha bunda - vamo lá pra casa curtir mais um pouco antes de tu ir embora - falou baixo em meu ouvido.

- Proposta tentadora, mas não da - olhei com cara triste - preciso organizar minha semana, mas prometo que a noite de ontem irá se repetir - sorri e dei um selinho em sua boca, sentindo o apertão em minha nádega. 

- Tudo bem, vou pedir o Caneta pra te deixar em casa - fiz que sim com a cabeça - ele só vai buscar meu carro, pode ser?

- Claro.

Continuamos ali por um tempo, trocando carinho e conversando com nossos amigos, que estavam sentados da mesma maneira que eu e Arábia. 

Depois de um tempo Caneta chegou em um corola preto, com todos os vidros com insulfilme, impossibilitando de ver quem estava dentro. Me despedi de todos.

- Obrigada por tudo, Arábia, foi muito bom - ele concordou e me puxou pra ele, me dando um beijo.

- Já falei que não precisa agradecer, princesa - me deu cheiro - vai lá que já passei a visão da pista tá liberada - concordei e já ia saindo - ah, só mais uma coisa - voltei o olhando - pode me chamar de Diogo se quiser - piscou sorrindo - mas só pessoalmente.