Capítulo 26

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LARA

Três meses depois...

Essa semana fizeram três meses que estou em Minas, morando com minha mãe. Nesse período consegui um emprego em uma Clínica de Estética Avançada, que fica localizada no bairro em que minha mãe mora, um dos melhores de Belo Horizonte. Durante esse tempo fiz algumas amizades, conheci lugares novos  e estou me encontrando novamente. Foi muito difícil as primeiras semanas, saudade do meu Rio de Janeiro, da minha amiga e até mesmo do traste do Arábia, que desde então não tive mais nenhuma notícia.

Contei tudo que vive com ele pra minha mãe, que, como sempre, não me julgou, mas ficou bastante preocupada, com toda razão do mundo. Mas de qualquer forma não precisa mais de toda essa preocupação, já que tudo que tínhamos acabou no mesmo dia em que ele resolveu levar a Samantha de volta pro morro, mais precisamente pra sua casa.

Além disso, o irmão de uma das meninas que trabalham comigo na clínica não sai do meu pé, me pedindo uma oportunidade de sairmos e me conhecer melhor. Artur até que é bem bonito, além de muito educado, porém ainda não me sinto preparada pra me envolver com outro homem, até porque ainda estou muito magoada, eu realmente tinha criado sentimentos por aquele infeliz, que desconfio gostar só de si mesmo. 

- Mãe, nada passa na minha bunda - falei chorando enquanto tentava achar um short jeans que servisse em mim - não engordei tanto assim - me virei de frente para o espelho encarando meu corpo.

- Oh minha querida, você não engordou mesmo não, mas está com mais corpo - me analisava e tentava escolher as melhores palavras - está com a bunda e os seios um pouco maiores - estreitou os olhos - me diz que você usava camisinha quando transava com aquele homem com nome de país - falou e me olhou nos olhos, o que fez com que eu aumentasse meu choro.

Ultimamente ando muito sentimental, qualquer vídeo que vejo no Instagram ou se as pessoas falam em um tom diferente comigo, já é motivo de chorar. 

- Algumas vezes não, mas eu usava o DIU e depois que tirei tomei a pílula do dia seguinte - soltei um soluço fazendo ela dar uma gargalhada.

- Pois então você vai fazer um teste de gravidez, porque não é do seu feitio ficar chorando pelos cantos, sem tirar que seus peitos cresceram bastante mesmo.

- Tá maluca, mãe? - me assustei e a encarei com os olhos arregalados - minha bunda e meus seios cresceram por sua culpa, que fica me entupindo de comida, ainda mais esse tanto de coisa gostosa que tem aqui - respirei fundo secando minhas lágrimas - Deus me livre estar grávida.

- Não fala isso, porque independente de qualquer coisa, criança é bênção - revirei os olhos - não revira os olhos pra mim, veste uma roupa e anda logo que estamos atrasadas pro almoço.

Bufei e fui procurar um vestido longo, soltinho, que comprei por aqui. Hoje era sábado e íamos almoçar na casa de uma das sócias da mamãe. Me arrumei e fui pra sala conversando com Vick por mensagem, ela disse que hoje teria baile por lá e que estava super animada, como eu havia pedido, ela não toca no assunto Diogo, o que me deixa muito aliviada. Não quero saber nada sobre sua vida, ele fez a escolha dele e eu só tenho que respeitar.

Minutos depois minha mãe apareceu prontíssima na sala, pegamos o elevador e paramos na garagem, indo em direção seu carro. No meio do caminho ela estaciona em frente a uma Araújo e me manda descer e comprar um teste de gravidez.

- Não vou fazer isso mãe, as chances de eu estar grávida são quase que nulas, ainda mais daquele traste do Arábia - só de pensar nessa possibilidade minhas pernas ficavam bambas.

Entregue à LoucuraOnde histórias criam vida. Descubra agora