Entregue à Loucura

Capítulo 24

LARA

Antes de tomar banho Arábia já havia passado um radinho pro Caneta trazer a pílula, assim que terminamos e descemos a sacolinha da farmácia já estava em cima da mesa. Entrei na cozinha e tomei a pílula, logo ele entrou também e me abraçou por trás.

- Vou fazer uma pipoca pra nós - falou em meu ouvido - vai escolhendo um filme pra nós, mas sem ser de romance, faz favor - riu e me fez rir também.

- Da ultima vez tu disse a mesma coisa e terminou o filme chorando - ele negou - não adianta negar. 

- Tinha caído um cisco no meu olho pô - desgrudou e foi fazer a pipoca. 

Fui pra sala escolher o filme e o celular dele continuava tocando sem parar.

- Diogo, deve ter acontecido alguma coisa, que seu celular não para de tocar desde a hora que a gente tava transando aqui embaixo - falei um pouco mais alto pra ele ouvir lá da cozinha.

Ele não disse nada, terminou de fazer a pipoca e veio com a bacia e dois copos e refrigerante.

- Já vou atender já - deixou tudo em cima da mesinha e foi pegar o celular.

Voltou e sentou do meu lado com o celular no ouvido, ele discutia com alguém e falava que não podia fazer nada e desligou.

- O que houve? - perguntei

- Na boa? quero ser sincero pra caralho contigo, Lalá - se virou pra mim - tô amarradão em tu e em tudo que estamos vivendo, a real mermo é que tu me conquistou de uma forma que não sei nem explicar, quero tu do meu lado pra sempre, viver tudo ao seu lado.

- Mas... - interrompi.

- Mas é complicado, por que tu é uma mulher foda, que tem o mundo inteiro pra explorar e não ficar presa só dentro desse morro, eu não posso te dar uma família e muitas coisas a mais - respirou fundo - e eu tô com medo de te fazer 1% do mal que já fiz e tô fazendo pra Samantha. 

- E o que a Samantha tem a ver com o que a gente tá tendo - me fiz de idiota.

- Ela não tá bem, tem me procurado, não só pra ajudar, como pra voltar, parece que ela só vai melhorar quando voltar pro morro - passou a mão na cabeça nervoso - e eu não quero ela no morro mais, ela vai infernizar minha vida, sua vida e a nossa vida, que estamos começando a ter agora.

- Ela já está infernizando, vamos ser sinceros - ele concordou.

- E tu não merece passar por isso, pô - bufou - mas não posso simplesmente fazer como tenho feito, tratando como se eu não tivesse nada a ver com o assunto e foda-se. 

- O que tu ta querendo dizer? - soltei uma risada de nervoso, logo agora que as coisas entre nós dois estavam se ajeitando e finalmente estava pensando em várias coisas para meu futuro.

- Nunca mais vamo voltar a ser marido e mulher, mas tô pensando em deixar ela voltar pro morro, apesar de não querer, me parece ser o mais certo a se fazer, por tudo que já fiz ela passar.

- Tudo bem, se prefere assim - meus olhos estavam marejados mas pelo menos ele tinha sido transparente comigo - e pretende colocar ela dentro dessa casa novamente?