Capítulo Um

38K 1.6K 272
                                    

| Gabriella |

Já era a quinta vez que esse maldito despertador tocava, bati a mão tão forte dessa vez que ele acabou caindo no chão, por fim, me despertando de vez do sono.

Enrolei alguns minutos na cama e ao me levantar fui direto para o banheiro, meus olhos não disfarçava que eu não conseguir dormir nada na noite passada. Coloquei um pouco do sabonete na palma da mão e lavei o meu rosto, na esperança que a minha cara de sono sumisse.

— Aonde você tava ontem? - escuto a voz da minha irmã ecoar pelo o meu quarto, reviro os olhos antes de respondê-la.

Eu sabia que iria escutar, não só dela mas também do meu irmão e do meu pai.

— Numa resenha. - respondi enquanto eu saia do banheiro e já dou de cara com a minha irmã jogada na minha cama.

— Plena quarta feira ? Tá de palhaçada né, Gabriella. - minha irmã diz e eu suspiro fundo e me jogo ao lado dela.

— Para de falar, eu tô com dor de cabeça. - digo afundando meu rosto no travesseiro.

— Você sabe que temos que ir pro Morumbi assistir o jogo, né. - ela diz e aquelas palavras me motivaram na mesma hora.

— Com essa adrenalina eu tinha esquecido que o jogo era hoje, preciso escolher minha roupa. - digo me levantando e escuto a risada da minha irmã.

— Falou do São Paulo, você levanta igual um flash. - minha irmã diz enquanto eu estava no closet procurando alguma roupa.

— Qual das duas camiseta eu uso? - pergunto aparecendo no quarto novamente segurando a camiseta branca do São Paulo e uma rosa.

— O que você vai usar na parte de baixo? - minha irmã pergunta se levantando da cama.

- Uma mini saia branca. — digo e na hora dou risada da cara de julgamento dela. - O que foi, Giovana ?

— Você vai ir pra arquibancada da independente né? - ela pergunta e eu entro no closet no intuito de fugir do assunto. — GABRIELLA.

- Eu vou e você vai ficar calada, isso significa que não é para contar pro papai. — respondo ríspida á minha irmã.

— Você acha mesmo que aqueles fofoqueiro vai ficar calado ? - ela pergunta e eu dou de ombros. — Se arruma e desce pra tomar café, depois não diz que não avisei.

- Tchau Giovana. — digo voltando toda a minha atenção para as inúmeras camiseta do São Paulo que tinha.

Hoje era quartas de finais da copa do Brasil, o jogo era um clássico, choque rei. Embora eu odiasse admitir que o palmeiras era sim um time difícil, eu tinha certeza que meu tricolor iria amassar ele.

Essa copa do Brasil tem quer ser nossa.

Saio do closet e faço um coque frouxo no meu cabelo, saio do meu quarto e já podia escutar a voz do meu pai lá em baixo frustado. Em época de jogo, ele ficava mais agitado do que o normal.

Desço as escadas devagar e logo recebo olhares do meu irmão, ele cruzou os braço e ficou encarando eu descer.

— Quer um autógrafo? - pergunto debochando dele que não esboça nenhuma reação.

— Acha bonito passar por cima das ordens do pai né? - meu irmão pergunta e eu na hora paraliso.

— Do que você tá falando ? - pergunto apreensiva e ele me olha de cima para baixo.

— Você sabe que o pai não quer você pegando jogador rival, Gabriella.

Fodeo! O Lucas sabia onde eu estava ontem, sinto minhas mãos tremer e minha garganta secar na mesma hora.

- Não estou entendendo. — digo tentando fazer a desentendida mas isso não funciona com meu irmão.

Ele puxa o celular do seu bolso e me mostra um vídeo, onde eu aparecia no fundo beijando o jogador rival, olhei sem graça para o meu irmão.

- Foi só uns beijinhos no Wesley, o que tem demais? — pergunto já soltando tudo de uma vez e meu irmão fecha o semblante na mesma hora.

- Você tá virando uma Maria chuteira em. — ele diz fazendo cara de bravo e eu não consigo levar a sério, acabo dando risada. - Quantos anos ele tem?

- Acho que é dezoito, eu dei só um beijo, não fiz a biografia dele não. — digo e percebo na hora que fui um pouco rude. - O pai não pode saber, Lucas.

- Eu não posso saber o que, Gabriella? — meu pai diz adentrando na sala e na hora arregalo os olhos para o meu irmão.

- Nada pai, a Gabriella tava pedindo para não ir no jogo hoje. — meu irmão inventa uma desculpa de última hora e eu começo a negar com a cabeça.

Meu pai sabia o quanto eu era fanática pelo o São Paulo, era impossível eu perder um clássico, ainda mais disputando pela a única taça que a gente não tem.

Dorival Júnior o técnico que está fazendo o São Paulo se reerguer, meu pai é um pouco rude comigo por eu ser a filha mais nova, modéstia à parte a que mais apronta também. Eu entendia a sua preocupação excessiva comigo, mas eu sempre dava um jeito de escapar das suas broncas.

- Mentiras da parte da sua irmã eu já espero, agora de você Lucas? — meu pai pergunta cruzando os braços e é nítido o desespero do meu irmão. - Vai se arrumar Gabriella, você vai passar o dia colada em mim hoje.

- Mas pai...

- Mais nada, toma seu café e vai se arrumar. — ele diz ríspido e eu somente concordo com a cabeça.

Vou em direção da cozinha e vejo somente a minha irmã sentada e tomando seu café, ela me olha por cima e abre um sorriso sarcástico e eu já sabia perfeitamente o que ela iria dizer.

- Vai Giovana, diz que você avisou. — digo enquanto puxava a cadeira e ela começa a dar risada.

- Se você ia pra uma balada onde tinha jogadores do Corinthians, não era mais fácil me levar? — ela pergunta e eu dou de ombros, coloco um pouco do suco natural de laranja.

- Eu não sabia que teria jogador lá, era uma resenha com a turma da faculdade. — respondo mas a minha irmã não acredita.

Em uma família onde a maioria não torce para nenhum time, a Giovana e eu somos a excessão. Já vi meu pai treinar grandes clubes, mas desde criança as cores vermelho, branco e preto balançaram meu coração. Já a Giovana é fanática pelo o Corinthians, chega até ser engraçado pois em dias de clássico o clima esquenta demais.

Conexão Rival. - Richard RíosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora